Valorização da amêndoa do coco babaçu é objetivo de estudo

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Por Ivanildo Santos 3 de março de 2015

0coco-babaçuNovos produtos a partir do coco babaçu estão sendo estudados pelo doutorando em Engenharia de Alimentação, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), campus Bacabal, Maron Stanley Silva Oliveira Gomes. A pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do edital Universal nº 001/2014 (Faixa C), tem como objetivo agregar valor a esta espécie nativa do Maranhão, mas que ainda é pouco explorada comercialmente.

“A partir deste trabalho esperamos apresentar uma forma de valorizar o babaçu através de seus subprodutos, mostrando alternativas de uso e comprovando a qualidade”, disse o pesquisador. A região Nordeste é responsável pela maior produção de amêndoas de babaçu, que no ano de 2011 chegou a 99,6% da produção nacional. Neste ano foram coletadas 109.499 toneladas de amêndoas em todo país, sendo que o principal estado produtor, o Maranhão, concentrou 93,8% do total (IBGE, 2011).

O leite de coco comercializado no Brasil, como destacou Maron Oliveria, é um produto obtido a partir da amêndoa ou polpa albuminosa do coco da baía maduro (Cocos nucifera), também conhecido como coco da praia. É um produto bastante usado para fins culinários, mas também nas indústrias de laticínios, sorvetes, doces, iogurtes e biscoitos.

“Apesar de vir se destacando na culinária local com reconhecimento regional, o leite de babaçu é um subproduto do fruto muito pouco estudado e diferentemente do coco da baia, o coco babaçu (Orbignya sp) é nativo da região Norte e Nordeste do Brasil, no entanto a indústria de beneficiamento direcionado a alimentação humana ainda é incipiente”, observa.

Foi a partir dessa constatação que o pesquisador teve a ideia de estudar as características do leite do babaçu e de sua gordura e ainda compará-lo sensorialmente com a do leite do coco baia utilizando-os na elaboração de produtos alimentícios. 

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“No estudo para obtenção do leite do babaçu observamos que uma massa sobraria da coagem e que ela geralmente era utilizada na alimentação de animais e bastante nutritiva, dai decidimos incluir ainda o estudo das propriedades desta massa (farinha da amêndoa do babaçu) e aplicá-la na elaboração de biscoitos, que também serão submetidos à avaliação sensorial”, conta.

Por parte do trabalho já foi elaborada as metodologias adequadas para obtenção do leite e da farinha do babaçu, sendo essa a primeira etapa da pesquisa. “Hoje estamos concluindo as etapas de caracterização físico-química e funcional da farinha e a caracterização físico-química do leite, esta etapa será concluída em abril”, adianta Maron. As etapas seguintes são: caracterização da gordura do leite, elaboração dos produtos alimentícios e avaliação sensorial.