Sistema de corte e queima é substituído por agrossistema ecológico

lavoura
Por Ivanildo Santos 13 de junho de 2014

lavouraPara enfrentar o problema da agricultura itinerante no Centro-Norte do Maranhão e contribuir para a diminuição da pobreza regional, pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) estão desenvolvendo trabalhos que levam em consideração as peculiaridades de solo e clima dessa região.

Um desses estudos tem como objetivo compartilhar com agricultores, alunos e extensionistas uma alternativa adequada para o manejo agroecológico de sistemas de produção familiar nessa área, em substituição ao uso do fogo como processo de preparo das áreas de plantio.

Trata-se de um agrossistema que combina as vantagens do “plantio direto na palha” com os benefícios do “cultivo em aléias”. O primeiro é o plantio sem o preparo do solo com grade ou arado, logo após a colheita e, portanto, em cima da palha da cultura anterior.

Já o segundo consiste em plantar as culturas entre fileiras de árvores (alas), que se destinam a seccionar o comprimento da rampa, diminuir o escorrimento superficial da água das chuvas e controlar a erosão do solo.

De acordo com o professor e coordenador do projeto, Emanoel Gomes de Moura, este sistema combinado, entre outra vantagens, produz palha rica em nutrientes no período seco e aumenta a fertilidade do solo, devido principalmente à fixação de nitrogênio, garantindo a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.

A pesquisa Apoio à substituição do sistema de corte e queima por sistema agroecológico baseado no uso de leguminosas arbóreas em um sistema de integração lavoura pecuária é financiada pela FAPEMA, por meio do edital Apoio a Projetos de Extensão – AEXT. Além de pequisadoress da UEMA, também participam do projeto professores do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do marnhão – UFMA.

“Esse projeto pode contribuir para uma nova perspectiva para a agricultura da região, uma vez que se fundamenta em uma nova abordagem que leva em conta as especificidades locais”, explicou o professor Emanoel Silva. Para o pesquisador, é fundamental que a implantação das lavouras seja precedida por um “serviço de capacitação e acompanhamento competente, comprometido com a dignidade das famílias rurais”.