Projetos sobre população de anfíbios é apresentado na III Mostra Científica do Maranhão
Imagine sua casa ou plantação agrícola cheia de insetos. Os efeitos atingiriam diretamente ao homem. Mas isso pode ser contornado se não houver degradação ambiental. Por isso, o laboratório de Herpetologia e Ecologia Aplicada à Conservação, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) está com um stand na III Mostra Científica do Maranhão, evento integrante da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, para fornecer informações importantes de identificação das espécies de anfíbios e répteis em São Luís. O evento aberto ao público vai até sábado (20), na área externa do São Luís Shopping.
O projeto recebeu apoio financeiro por meio do edital nº 037/2012 Programa de Apoio a Popularização da Ciência e Tecnologia/Semana Nacional De Ciência E Tecnologia da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA). Segundo Antonio Fernando Costa da Silva, um dos alunos orientados no projeto diversidade de répteis brasileiros, o trabalho consiste em fazer um levantamento das populações de anfíbios e répteis, relacionando a base ecológica da nossa fauna com o grau de impactos ecológicos que ocorrem com as derrubadas de matas nativas.
“Nesse levantamento, vamos a campo com uma lista de animais que podemos encontrar na região e se encontrarmos uma espécie rara, pode-se indicar que se trata de uma área conservada”, afirmou Antônio Silva. No entanto, o que tem sido observado é que não só em São Luís, mas em todo o Maranhão, as áreas vêm sofrendo consequências da construção civil pela falta de um planejamento sustentável.
Durante a pesquisa, segundo Antônio Silva, em determinados períodos, pode ser observado o desaparecimento ou não de determinadas espécies nessas áreas. “Temos uma espécie de anfíbio pertencente às matas mais arejadas, ambientes mais úmidos como o sapo adelphobates galactonotus, que, agora, existe apenas em alguns locais de área protegida da capital maranhense. E a gente utiliza esses tipos de espécie também para saber se a área pesquisada está ou não sofrendo algum tipo de degradação ambiental”, complementou o orientando.
Para se ter uma idéia, cerca de um quarto das espécies de anfíbios está ameaçada de extinção. “No mundo tem tido um declínio significativo dessa população, temos que agir rapidamente ou as espécies vão desaparecer, resultando em consequências irreversíveis para o ecossistema e a humanidade”, declarou a coordenadora do laboratório de Herpetologia e Ecologia, Gilda Vasconcellos de Andrade.
Por considerar que a Semana é o momento ideal para levar esclarecimentos para população sobre os estudos de conservação ambiental, a coordenadora do laboratório e professora orientadora Gilda Vasconcellos ressaltou a importância de informar não só pesquisadores, mas toda a população para que possa conhecer e preservar essas espécies de sapos. “Os anfíbios se nutrem de insetos e fazem parte da cadeia alimentar de outros animais, que encontram no sapo, nutrientes trazidos do ambiente aquático que não estão disponíveis no meio terrestre. A nossa pretensão é que possamos catalogar essas espécies de anfíbios e fornecer informações para as pessoas que não são especialistas controlem e façam o monitoramento nessas áreas de reserva”.