Projeto “O Barco e A Barca é lançado com a parceria do governo e Vale
Visando promover a difusão do ensino náutico e de embarcações a estudantes do ensino fundamental e médio, foi lançado nesta terça-feira (10), no Estaleiro Escola, no Sítio do Tamancão, o projeto “Aula Patrimônio – O Barco e A Barca”, resultado de parceria entre o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectec) e a empresa Vale. O projeto faz parte das comemorações dos 400 anos de São Luís.
A cerimônia contou com a presença do vice-governador do Maranhão, Washington Luiz Oliveira, da secretária de ciência, tecnologia e ensino superior, Olga Simão, dos secretários Hildo Rocha (Assuntos Políticos) e Jurandir Filho (Turismo) e da presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), Rosane Nassar Meireles Guerra, entre outras autoridades.
Durante dois meses, o auditório do Estaleiro Escola, onde as aulas serão oferecidas, a estudantes com idade entre 8 e 18 anos, receberá aproximadamente 4 mil crianças. As aulas vão acontecer de segunda à sexta, com duas turmas diárias, compostas por 50 alunos, sendo um total de 100 crianças por dia. O projeto “Aula Patrimônio? – O Barco e a Barca” utiliza a música e a encenação teatral a fim de estimular os alunos da rede escolar pública e privada de São Luís a conhecerem a história das navegações
“Com este projeto, queremos compartilhar com crianças e adolescentes de São Luís a história das navegações, estimulando, assim, a valorização das pequenas e grandes embarcações tão simbólicas e marcantes na cultura local”, contou o diretor de Responsabilidade Social Corporativa e da Fundação Vale, Ricardo Piquet. O projeto tem como caráter incentivar o aprendizado da cultura náutica e do descobrimento, entre as crianças, da importância das embarcações tradicionais e artesanais maranhenses.
Parte desse aprendizado, já pôde ser aproveitado por muitos dos pequeninos que acompanharam a aula inaugural, que teve a participação de monitores e atores que interagiram com a animada turma de crianças que assistiram ao espetáculo. “É muito legal, aqui a gente fica aprendendo tudo sobre os barcos”, disse Ana Laura, enquanto prestava atenção à apresentação teatral que marcou o lançamento das atividades. “Essa é uma estratégia que visa valorizar o conhecimento e tudo isso é importante para valorizar um conhecimento tradicional do povo maranhense, que é a arte de construir embarcações de madeira que estava seriamente ameaçado pelo esquecimento e é a base de nossa economia”, avalia Luiz Phelipe Andrès, diretor do Estaleiro Escola.
Segundo avaliação do governo do Estado, é cada vez maior o investimento na capacitação profissional e no resgate das crianças e jovens maranhenses. Por isso, a aposta em mais esse projeto. Para a Secretária de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Olga Simão, esse trabalho que será desenvolvido com o projeto “O Barco e A Barca” em parceria com as atividades já existentes no Estaleiro Escola, será um diferencial. “As crianças e os jovens podem dar continuidade a esse trabalho. A arte da construção naval estava se perdendo com os mestres mais velhos e o governo constituiu esse projeto para poder a partir dele, com os cursos na parte teórica e prática oferecer no futuro novas oportunidades de trabalho, gerando renda e desenvolvimento para as comunidades”, observou.
Vocação Tecnológica – Para a presidente da Fapema, Rosane Guerra, o sucesso do trabalho que já está sendo executado cria novos desafios, dentre os quais, elaborar novas formas de incrementar a participação da entidade para impulsionar o desenvolvimento de novas atividades em prol deste público. “O projeto é louvável, não é a toa que no ano passado ele recebeu o prêmio Fapema na modalidade de desenvolvimento humano, porque ele contribui de forma inequívoca para a preservação dos saberes populares e dos bens imateriais de nosso estado”, analisou a presidente da Fapema.
A Fapema já atua na promoção do desenvolvimento educacional e sustentável. A entidade realiza, através de editais, a seleção de bolsistas para o programa de capacitação técnica e profissional do centro vocacional tecnológico Estaleiro Escola. O trabalho faz parte do plano de ação do governo estadual, que tem como objetivo maior consolidar a formação e a capacitação tecnológica de jovens, os inserindo no mercado de trabalho através de atividades que são ministradas no Estaleiro, em cursos como: construção de embarcações artesanais, marcenaria naval, veleria, educação ambiental, biojoias entre outros. Sebastião Barros, velejador, passou por um desses cursos. “Comecei trabalhando aqui no estaleiro escola, e depois a gente vai partir para a prática no mar”, diz.
“As oficinas estão no contexto atual de desenvolvimento sustentável, tanto a oficina de aproveitamento de garrafas pet, quanto a de reciclagem de papeis, como biojoias, precisam ser mais estimuladas. E não só o edital de bolsas, mas também outros, é que nós estamos trabalhando para incrementar cada vez mais as atividades no estaleiro”, finalizou Rosane Guerra.