Prevenção e informação quanto às DST motiva trabalho de pesquisadores na comunidade da Ilhinha, em São Luis
Estender o conhecimento adquirido na Academia à comunidade e contribuir para a promoção da saúde e prevenção de doenças, tem sido o objetivo de estudantes e professores de medicina da Universidade Federal do Maranhão – UFMA que desenvolvem um projeto de extensão no bairro da Ilhinha em São Luís. O projeto “Educação e Prevenção em Saúde no Bairro da Ilhinha” é coordenado pela professora doutora Ana Paula Silva de Azevedo dos Santos.
Os pesquisadores deste projeto constataram que algumas das doenças que afetam a população maranhense estão relacionadas à falta de hábitos de higiene, como o câncer de pênis. Eles se basearam também na situação de que os jovens têm sido os mais afetados por infecções geradas por doenças sexualmente transmissíveis, assim como pela gravidez na adolescência, causadas pela ausência de informação. Pensando nisso, a equipe de acadêmicos e professores de medicina da UFMA decidiu levar esclarecimentos a população da Ilhinha.
A equipe ministra palestras voltadas principalmente para a saúde de jovens e adolescentes moradores da área. Dentre os temas abordados, estão a gravidez, cuidados com a saúde de bebês, cuidados básicos com a saúde em geral (como alimentação e higiene) e saúde do homem (higiene íntima e câncer de próstata). Cada tema é trabalhado durante um período de seis meses. As palestras são executadas prioritariamente pelos estudantes, sob a orientação de tutores com experiência no tema abordado.
Além do objetivo principal do projeto, que é promover a saúde, outra intenção é desenvolver nos acadêmicos de medicina a humanização e a aplicação dos conhecimentos adquiridos na universidade para a melhoria da qualidade de vida da comunidade.
As atividades desenvolvidas pelo projeto são realizadas em parceria com o núcleo assistencial “Obras Sociais Frei Antônio Sinibaldi”, que existe desde 1983 e está localizado na Ilhinha. O Núcleo é uma entidade sem fins lucrativos, mantido pela paróquia São Francisco através de doações. Atende cerca de 200 crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, no contra-turno escolar. Lá elas desenvolvem oficinas e cursos, como produção textual, informática, cabeleireiro, pintura, dança, entre outros.
Para saber quais resultados as palestras estão proporcionando para o público, os pesquisadores fazem a aplicação de questionários a cada ano. E eles têm percebido um melhor índice de acerto em perguntas relacionadas a temas como higiene, puberdade, DSTs, métodos contraceptivos, alimentação, primeiros socorros, entre outros assuntos. A professora Ana Paula Silva comentou sobre os resultados: “temos relatos de pais e professores destacando um comportamento mais pró-ativo em casa e na escola. Por iniciativa da própria comunidade, alguns adolescentes organizam e participam de encontros, com o apoio da equipe do projeto, se deslocando para outras comunidades que também fazem parte do bairro do São Francisco, divulgando e ampliando as ações deste projeto”.
O trabalho recebeu apoio financeiro da FAPEMA, por meio do edital de Apoio à Projetos de Extensão – AEXT N° 01580/12, com vigência até novembro de 2014. Segundo a coordenadora dos trabalhos, a intenção dos pesquisadores é renovar e melhorar as ações desenvolvidas, dando um ritmo contínuo a este projeto.