Plano deve ajudar País a reduzir emissão de gases de efeito estufa

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Por Ivanildo Santos 11 de setembro de 2009

Em audiência pública realizada na última terça-feira (08), pela Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) do Senado, o cientista Carlos Nobre, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), disse que a implantação do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas (PNMC), pode tornar o Brasil um dos países com os menores índices per capita de emissões de gases de efeito estufa. poluicao

A comissão discutiu o Plano e as perspectivas do Brasil para a 15ª Conferência das Partes (COP 15) das Nações Unidas. Esse encontro será em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, com a participação de especialistas de 200 países, que debaterão o acordo global que sucederá o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Eles acenam com a adoção de regras mais rígidas de redução das emissões de gases do efeito estufa.

Representando o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) no debate, Nobre disse que o Brasil terá pelos próximos 20 anos a “grande oportunidade” de contribuir para a redução do aquecimento global, por meio de programas que priorizem o combate aos desmatamentos e queimadas, as ações de reflorestamento, o aumento da eficiência agrícola e o uso de energia renovável.

Para ele, o País dispõe de características naturais que neste momento favorecem o desenvolvimento de sua economia e que não são encontradas em outros países emergentes, como Índia e da China. “No Brasil, o desafio é pensar em eficiência agrícola se quisermos reduzir radicalmente aqui a emissão de gases poluentes da atmosfera. Precisamos inverter essa tradição de expansão da área pelo aumento da eficiência”, observou.

Mesmo lembrando que o PNMC ainda está em discussão na Câmara dos Deputados, Nobre afirmou que o Brasil já tem condições de liderar o debate sobre a redução do desmatamento tropical. Ressaltou ainda a criação da Rede Vida, pelo MCT, destinada a ampliar o conhecimento sobre as mudanças climáticas globais. A rede,  com 76 instituições e 139 grupos de pesquisa, pretende apresentar o resultado de suas primeiras pesquisas em 2010.

“Temos condições de ser um País plenamente desenvolvido. Nosso grande potencial é o ambiental, mais que o agrícola, onde já somos uma potência. A implementação bem sucedida do plano pode tornar menor a emissão de gás carbônico”, afirmou.

Nobre observou que o Inpe já se prepara para ampliar o monitoramento da cobertura vegetal de todos os biomas do País, e não apenas da Amazônia, em um trabalho que envolverá diversas instituições públicas, a exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).