Pesquisa pretende aumentar potencial competitivo da Tiquira
Pesquisa coordenada pelo professor doutor, Victor Elias Mouchrek Filho, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), busca contribuir para ampliação da atividade agroindustrial e maior competitividade dos produtores da Tiquira, aguardente típico do Maranhão. A pesquisa tem o apoio da FAPEMA por meio do edital Universal/2013.
O trabalho busca, ainda, melhorias na qualidade da Tiquira comercializada no Estado, ou seja, Tiquira mais segura, produzida dentro de condições higiênico-sanitárias adequadas. “Também espera-se a disponibilização de uma base de dados para as autoridades competentes sobre possíveis contaminações ou adulterações nas tiquiras; mapeamento dos locais mais propícios a estas contaminações ou adulterações; disponibilização de mão de obra qualificada para atuação na área de análises químicas e físico-químicas de aguardentes”, conta o pesquisador.
A pesquisa também pretende quantificar os teores de cobre e chumbo totais nas tiquiras pela técnica de espectrofotometria de emissão atômica (EEA), além de determinar os parâmetros físico-químicos das tiquiras, no que se refere ao grau alcoólico real, densidade a 20 °C, extrato seco a 100 °C, acidez total, acidez volátil acidez fixa, cinzas, e pH; e determinar os parâmetros químicos das tiquiras, no que se refere à carbamato de etila, acetato de etila, aldeído acético e metanol por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) e ácido cianídrico e avaliar, estatisticamente, a reprodutibilidade dos resultados e comparar com a legislação vigente.
Potencial
A tiquira é uma bebida destilada com alto teor de álcool etílico, de origem indígena, produzida artesanalmente em cerca de 13 municípios maranhenses e cuja matéria-prima é a mandioca.
Mas a tradidional aguardente de mandioca produzida no Maranhão não tem a mesma fama que as cachaças mineiras, capixabas ou pernambucanas, não sendo sua produção alvo de exportação. “Mas no Estado, nos pontos em que é comercializado, apresenta um grande potencial econômico e social”, observa Victor Mouchrek. Não há muitos dados sobre a produção de tiquira no Maranhão, mas sabe-se, no entanto, que o Estado é o único produtor e que a área de maior concentração de produção da bebida são os municípios de Barreirinhas e Urbanos Santos.
Passados séculos, o processo de fabricação de tiquira no Maranhão ainda possui tecnologia precária. A maioria dos destiladores empregados nos alambiques para a obtenção do produto é feita de cobre e este elemento químico pode se solubilizar na bebida durante o processo de destilação.
Todas as análises feitas durante o trabalho, segundo explicou o professor, foram realizadas segundo os Métodos físico-químicos para análises de alimentos do Instituto Adolfo Lutz e comparadas com a Portaria n° 65 de 23 de abril de 2008, Anexo IX, que trata o Regulamento Técnico para a Fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para Tiquira do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“Os resultados médios das análises físico-químicas para o grau alcoólico, acidez volátil e teor de cobre para as tiquiras (lilás e branca) oriundas de Barreirinhas e Urbano Santos apresentaram até o presente momento, valores dentro dos padrões estabelecidos pela Portaria nº 65 de abril/2008”, revela Victor Mouchrek.