Pesquisa identifica espécies de plantas com potencial forrageiro na região do Baixo Parnaíba

milho
Por Ivanildo Santos 12 de julho de 2013

milhoA região do Baixo Parnaíba Maranhense possui um grande contingente de agricultores sobrevivendo abaixo da linha de pobreza em municípios com os menores Índicies de Desenvolvimento Humano (IDHs) do Brasil. Esses agricultores, em sua maioria, adotam um tipo de produção animal (ovinos e caprinos) baseado na utilização inadequada das pastagens como forma de alimentação dos rebanhos, o que provoca, entre outras coisas, queda nos níveis de produtividade.

Com base nesse diagnóstico, a Prof. Dra. Rosane Cláudia Rodrigues, do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão (CCAA/UFMA) está desenvolvendo uma pesquisa que pode servir de subsídio para um modelo de produção animal socioeconômico e sustentável para a Região do Baixo Parnaíba. Trata-se do projeto “Identificação de plantas com potencial forrageiro e difusão de tecnologias para o manejo de pastagens e produção de volumosos na região do Baixo Parnaíba-MA”, que conta o apoio da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, e tem como objetivo principal a otimização das espécies nativas na alimentação de ruminantes de forma sustentável.

“Primeiramente, apontamos as espécies com potencial forrageiro e analisamos sua composição químico-bromatológica, degradabilidade e anatomia. Ao mesmo tempo, divulgamos tecnologias acerca do manejo e conservação de forragem na região”, explica a Dra. Rosane Rodrigues. Um exemplo dessas ações de difusão de conhecimentos é o “VI Dia de Campo”, que acontece nesta sexta-feira (12), no CCAA. Na oportunidade, serão apresentados aos agricultores da região os resultados das últimas pesquisas e os mais recentes avanços na área de forragicultura.

De acordo com Rosane Rodrigues – que é Zootecnista e coordena o Laboratório de Forragicultura do CCAA/UFMA – a ideia da pesquisa surgiu a partir de visitas técnicas juntos aos produtores da região que tradicionalmente não cultivam pastos e criam seus animais à solta, o que a longo prazo contribui com a degradação dos recursos naturais. Um desses produtores foi convidado a indicar as espécies preferidas pelos animais. Parte das amostras coletada foi encaminhada para identificação e o restante enviado para análise, para se determinar a quantidade de proteína, fibras e a degradabilidade desse material. “Essa fase é importante porque, caso uma planta se destaque (apresente boa composição bromatológica e boa degradabilidade), o segundo passo é multiplicá-la e introduzi-la no sistema de produção, uma vez que ela já é adaptada à região do Baixo Parnaíba”, declarou a pesquisadora.

Ainda segundo Rosane Rodrigues, até o momento os pesquisadores já têm os resultados da degradabilidade e composição bromatológica de dez espécies. Esses resultados serão enviados em forma de resumos para dois grandes eventos na área: O Simpósio Brasileiro de Agropecuária Sustentável e o Congresso Nordestino de Produção Animal, que acontecem em Viçosa-MG e Fortaleza-CE, em outubro e novembro, respectivamente.

Colaboradores – A pesquisa “Identificação de plantas com potencial forrageiro e difusão de tecnologias para o manejo de pastagens e produção de volumosos na Região do Baixo Parnaíba-MA”, conta com diversos colaboradores. Entre eles, o professor Dr. André Luiz Gomes da Silva, do curso de Biologia do CCAA, professores integrantes do grupo FOPAMA (Forragicultura e Pastagens no Maranhão) e os alunos do Curso de Zootecnia Sâmara Stainy Cardoso Sanchês, Antônio Júnior, Xerxes Moraes Tosta, Francisco Naysson de Sousa Santos e Carlos Magno Galvão e Érika Figueredo.