Pesquisa estuda o preparo de profissionais da saúde em se comunicar com pacientes e familiares
O nascimento de uma criança é motivo de alegria para família, já a morte é sinônimo de tristeza. Ninguém quer perder uma pessoa querida. Falar da vida é bom, mas falar da morte ninguém quer. Ainda existem barreiras a serem vencidas quando o assunto é morte. Até nos hospitais, onde vida e morte são tratados diariamente, o tema ainda é considerado um tabu, e esse foi o motivo que despertou na professora do curso de Enfermagem, da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Elba Gomide Mochel, o interesse em realizar a pesquisa intitulada “Educação para morte”.
A pesquisa conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, através do Edital Universal. O edital tem como objetivo o financiamento de projetos de pesquisa científica e tecnológica, nas diversas áreas do conhecimento, a serem desenvolvidos em instituições de pesquisa /ou de Ensino Superior, públicas ou privadas, sem fins lucrativos sediadas no estado.
Segundo a professora, especialista em enfermagem obstétrica, Elba Mochel, o objetivo da pesquisa “Educação para morte” foi conhecer o preparo dos estudos na área da saúde de como lidar com a questão da morte. “A biologia sabe da morte, nós todos sabemos, mas é considerado de mau gosto, por isso não se pensa. Nos cursos se estuda como manter a vida, mas ninguém fala da morte”, disse.
Ela falou ainda que a morte é o desfecho em muitos casos, e citou famosos que estavam doentes, se trataram e lutaram pela vida como o caso do Chico Anysio, Hebe Carmargo, Tancredo Neves. E lembrou o hoje. Assistimos as várias idas e vindas do hospital, do líder político sul-africano, Nelson Mandela, que aos 95 anos enfrenta problemas pulmonares, que segundo os médicos, provavelmente relacionados às sequelas de uma tuberculose contraída durante anos de vida na prisão.
E esses são apenas exemplos de tantos casos que acontecem diariamente segundo a pesquisadora. Quando a Ciência não tem mais o que fazer, o paciente é mandado para o conforto e intimidade de casa, da família. “Há um cuidado com o moribundo, mas e o cuidado com a família do doente? Não há. Por que? Não se sabe”, observou Elba Mochel.
O que é possível concluir com a pesquisa é que nesses momentos surgem a necessidade de um profissional habilitado. E a pesquisa foi além e já mostra resultados positivos como apresentação em vários congressos nacionais, além de ter sido publicada em revista de veiculação internacional. Já aqui no Maranhão, a boa notícia chega no curso de enfermagem da UFMA, que incorporou na disciplina “saúde do adulto” o assunto sobre o preparo para morte.
A pesquisadora, satisfeita com os resultados, reconheceu, ainda, o apoio da FAPEMA. “É imprescindível o apoio da FAPEMA para realização da pesquisa. Fico muito feliz em saber que temos uma instituição que atende aos pesquisadores do Maranhão”, pontuou Elba Mochel.