Pesquisa apoiada pela FAPEMA comprova benefícios da Posição Canguru

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Por Ivanildo Santos 13 de fevereiro de 2012

canguruA posição Canguru é uma das medidas adotadas pelas maternidades brasileiras, ainda dentro das UTIs para agilizar a recuperação de bebês prematuros. A terapia alternativa surgiu na Colômbia na década de 70, como método substitutivo de tecnologia de incubadoras, que existiam em número insuficiente. O que no início servia apenas para estabilizar a temperatura do corpo transformou-se em ferramenta para oferecer uma série de benefícios ao bebê.

O pesquisador Fernando Lamy Filho, especialista em Neonatologia, desenvolveu uma pesquisa, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), que comprova a eficácia do método. A pesquisa comprovou que os bebês com infecção, cujas mães costumavam colocá-los na Posição Canguru se descolonizaram das bactérias com muito mais facilidade.

“A Posição Canguru simula o ambiente intrauterino e isso é muito importante para o desenvolvimento afetivo, neurológico e cognitivo do bebê. Eles atingem uma profundidade de sono muito maior quando estão na posição, o que contribui, inclusive, com o desenvolvimento cerebral, por meio da formação de sinapses neuronais”, explica Lamy.

canguruuAntes, os bebês infectados com bactérias hospitalares eram privados da aproximação com a mãe. Agora, o contato pela pele, comprovadamente, ajuda a fazer que essas crianças se recuperem mais depressa e de forma natural.  A Posição Canguru é um dos eixos em que se apóia o Método Canguru, uma política pública do governo brasileiro para humanização da saúde, que prioriza, além do contato entre mãe e bebê, a amamentação e a realização de algumas práticas, para que o tempo de internação do recém-nascido seja o menos traumático possível.

Uma das principais razões do método é estimular o envolvimento afetivo entre o bebê e a família, “Quando o bebê acaba de nascer e fica isolado da família, ocorre uma separação muito grande, não só física, como afetiva. Esse contato, então, é fundamental para que a mãe identifique aquela criança como sua e, ela vá para casa como um ser que já faz parte da família”, destaca o pesquisador.