Pesquisa aplica novo modelo de ensinar Cartografia em escolas públicas do Maranhão
Na educação básica, a Cartografia ultrapassa os limites de mera ferramenta para o ensino de Geografia. Ela ajuda a desenvolver importantes habilidades como saber se orientar, localizar, ler e interpretar mapas, fazendo o aluno adquirir autonomia para investigar, pensar, compreender e atuar no mundo como cidadão.
Esta é uma constatação do pesquisador Ronaldo dos Santos Barbosa, que coordena a pesquisa “A cartografia escolar e o ensino de geografia na educação básica”, apoiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA.
O objetivo do estudo é retratar a realidade do ensino de Cartografia na educação básica na cidade de Imperatriz e contribuir para a melhoria da transposição pedagógica dos conteúdos cartográficos na disciplina de geografia.
“Pretendemos analisar os encontros e desencontros entre a Cartografia ensinada na universidade e a Cartografia ensinada na educação básica, com o intuito de subsidiar os professores com a realização de oficinas de produção de recursos didáticos e utilização de representações cartográficas”, explica Barbosa.
Para o pesquisador, é necessário conceber a alfabetização cartográfica atrelada a uma educação formadora de indivíduos autônomos e críticos para, assim, pensar e fazer o espaço geográfico.
“Sabendo que a Geografia e a Cartografia correspondem a saberes indispensáveis que caminham paralelamente, é de fundamental importância que os professores de nível básico estejam bem preparados para mediar a construção desses conhecimentos”, ressalta Ronaldo Barbosa.
“Se o professor estiver bem capacitado para trabalhar com temáticas da Cartografia, certamente poderá contribuir para formar um ser que seja um analisador dos elementos que produzem, compõem e transformam o espaço geográfico”, argumenta.
Para a realização da pesquisa, serão escolhidas escolas públicas da cidade de Imperatriz. Os professores selecionados serão orientados a utilizar os recursos didáticos já existentes nas escolas e a confeccionar materiais a serem utilizados em aula, a fim de orientar seus alunos na confeccionarem durante as aulas.
Em seguida, será realizado um treinamento com os participantes da pesquisa para que desenvolvam as habilidades cartográficas antes de aplicarem tais habilidades em sala de aula. Ao final, uma exposição do material produzido durante as oficinas será realizada.
“O importante é que durante todo o processo de pesquisa e realização das oficinas cada participante terá um caderno de anotações chamado de ‘Diário de Bordo’, onde serão anotadas passo a passo todas as atividades desenvolvidas, com o intuito de construirmos uma metodologia que possa ser aplicada por outros professores”, detalha Ronaldo dos Santos Barbosa, que é mestre em Geografia e professor do Departamento de História e Geografia do Centro de Estudos Superiores de Imperatriz (UEMA).