Natal: um convite à fraternidade
O Natal simboliza para toda a humanidade o reencontro com as pessoas e o reencontro conosco, uma vez que nos leva à reflexão da vida, do que fizemos ou do que deixamos de fazer, do quão estamos próximos ou distantes daqueles que nos cercam.
O Natal deveria ser o encontro de todos os dias com homens, mulheres, crianças, velhos e jovens que passam por nós presencialmente e até virtualmente. Para com esses, deveríamos ter um olhar de comprometimento e solidariedade, um olhar atento à sua felicidade e também ao seu sofrimento; pois como nós, são SERES HUMANOS e esse fato deveria nos permitir mais humanidade. Mas, às vezes continuamos agindo como se o outro não nos dissesse muito. Amo os amigos e a família e isso basta no meu ato de humanidade! Agindo assim, continuamos permitindo que outros tantos irmãos vivam sem que com eles tenhamos que nos preocupar.
A nossa atitude às vezes é a de deixar os outros vagarem sem rumo, sem destino, tal qual fizeram com uma família a milhares de anos atrás como nos informa a tradição cristã.
Mas felizmente durante o ano temos um Dia de Natal e nesse dia, as nossas mentes e corações podem se voltar para iluminar o nosso SER e assim, iluminarmos outros seres. Nesse dia que nos sentimos mais fraternalmente unidos e que desejamos encontros, abraços, felicitações em que parecemos renascer para uma nova convivência fraterna, vamos fazer uma pausa para pensarmos: que bom seria se as exclusões sociais, as explorações e dominações oriundas das diferenças de classe sociais, dos preconceitos, do machismo, do racismo e da intolerância não nos afastassem, não criassem fossos entre Povos e Nações, inclusive em nome das religiões (em nome de Deus ou de outra divindade).
Que grande presente teríamos no Natal se cessassem as guerras, se tantas crianças não perdessem a vida inocentemente ou perdessem as suas famílias em guerras insanas, se não assistíssemos ao crescimento do número de refugiados, se não aumentassem as doenças pela ganância de empresas que em busca simplesmente do lucro, desafiam a natureza, destroem a fauna e a flora e os recursos hídricos, causando a fome e a insegurança alimentar não mais somente dos pobres, mas das sociedades com o uso de agrotóxicos.
Melhor presente de Natal teríamos ainda, se chegasse ao fim a violência contra mulheres e meninas em todo o mundo e se Papai Noel fizesse cumprir o respeito a todas as pessoas independente da sua condição de gênero ou orientação sexual, tanto quanto da sua cor/raça, idade e outras diferenças.
Maravilha seria descobrir que Papai Noel pode ser o Ser de Bondade que brotará em cada um de Nós, que a árvore de Natal poderá ser plantada no nosso quintal como na infância para dar frutos naturais e saudáveis, que os melhores presentes de Natal que poderemos ofertar são os nossos carinhos, respeitos e solidariedade para com os outros, como também o nosso engajamento em torno de uma sociedade justa.
Que Natal de festa, quando colocamo-nos com verdadeira humildade (sem pieguismo) diante das outras pessoas para nos vermos sem medidas de valores, uma vez que não somos mais valorosos do que outros.
A FAPEMA deseja a todos (as) pesquisadores (as) e a seu corpo de colaboradores (as), encontros fraternos nesse em todos os cantos: em casa, nas ruas, na cidade e no campo. Que os nossos corações se voltem para a humanidade desejando paz no mundo! Que possamos por meio da ciência e da tecnologia possibilitar às pessoas tempos melhores e mais felizes; afinal, para que serve a ciência senão para servir ao bem da humanidade?
FELIZ NATAL!
Silvane Magali Vale Nascimento
(Diretora Científica)