Modelos de ensino mais didáticos aproximam teoria e prática

0enem02
Por Ivanildo Santos 16 de março de 2015

0enem02A falta de laboratórios de ciências em grande parte das escolas do Ensino Médio tem sido um entrave para um melhor aprendizado dos alunos e tem levado professores a buscarem alternativas para minimizar o problema.

Uma dessas alternativas vem do município de Barreirinhas e foi desenvolvida pela professora Dr. Éville Karina Maciel Delgado Ribeiro, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), por meio do projeto “Planejamento e Produção de Modelos Didáticos para o Estudo de Biologia no Ensino Básico”. O trabalho tem o apoio da FAPEMA por meio do Edital Maranhão Faz Ciência – Prociência.

“Metodologias alternativas, como a elaboração de modelos didáticos, possibilitam a integração entre teoria e prática e devem ser valorizadas e estimuladas pelas instituições de ensino básico, uma vez que tornam mais efetivas o envolvimento do aluno com o tema em estudo, possibilitando uma aprendizagem mais significativa, uma vez que provocam uma motivação para a apreensão do conhecimento”, destaca a professora.

A iniciativa de criar os modelos didáticos, segundo ela, veio da prática docente. “Durante as aulas, percebi que a teoria estava muito distante da prática. Queria então fazer essa aproximação. Na ausência de um laboratório equipado, onde os alunos pudessem ver o que apenas ouviam, achei que poderíamos construir modelos que fizessem essa aproximação”, conta.

Como propostas foram apresentados modelos de células procarióticas, eucarióticas (animais e vegetais), DNA, modelo chave fechadura com as bases nitrogenadas, modelos que permitam diferenciar os artrópodes, entre outros. Foram construídos modelos de células procariontes e eucariontes utilizando isopor e biscuit.

Também criou-se um modelo de DNA utilizando-se materiais recicláveis. Dado o caráter microscópico dos aspectos celulares e moleculares da Biologia atual, uma abordagem ideal requer uma boa infraestrutura de laboratório, com microscópios e aparelhagem que possibilitem a observação e estudo desses aspectos.

Resultados

Quando perguntados se os modelos facilitaram o entendimento do conteúdo, 70% dos alunos disseram que sim. Ao fazer perguntas às turmas sobre os assuntos, as que utilizaram os modelos nas aulas acertaram 45% mais questões do que as turmas que não tiveram aulas utilizando os modelos didáticos.

“O projeto foi concluído, mas este trabalho não tem fim. Pretendo que seja uma construção contínua, a partir da necessidade dos alunos e, por que não, dos professores”, disse a pesquisador acrescentando que a ideia é testar os modelos também com alunos com necessidades especiais. “Ainda não foram testados com alunos com necessidades especiais, mas acredito que estes modelos serão facilitadores da aprendizagem de alunos com baixa visão, cegos e até surdos, pois estes poderão manusear, sentir formas e texturas diferentes”, conclui.