MCTI estimula integração de sistema de laboratórios de nanotecnologia

Por Ivanildo Santos 5 de agosto de 2014

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Alvaro Prata, abriu nesta terça-feira (29) o workshop Sibratec – SisNano: a Nanotecnologia como Plataforma para a Inovação, que segue até quinta-feira (31), com apresentações de representantes das 26 unidades que compõem o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), coordenado pela pasta.

“Este é um seminário de trabalho e a expectativa é a de que todos se sintam muito à vontade para opinar, discutir e conhecer o que nós temos feito”, disse. “A ideia é promover a integração, a divisão e o compartilhamento de boas práticas, além de trocar impressões sobre as necessidades da nanotecnologia brasileira. Nós queremos nos apresentar como um sistema integrado.”

O SisNano foi instituído em 2012 e é umas das principais ações da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN). Segundo o coordenador-geral de Micro e Nanotecnologias do MCTI, Flávio Plentz, o sistema já superou a fase de implementação e ruma para a consolidação.

“Para chegar lá, precisamos integrar melhor os laboratórios entre si. Temos que realmente construir um sistema de gestão que dê certa uniformidade em relação a acesso, demonstração de resultado e acompanhamento. Essa é, evidentemente, uma coisa importante e urgente de ser feita.”

Convergência

De acordo com o secretário, o principal objetivo do workshop é aproximar a rede de laboratórios do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), outra ação do MCTI. Plentz, por sua vez, considera fundamental que programas de um mesmo governo ou ministério operem de forma conexa: “O SisNano tem que ser integrado, tem que participar, tem que dar resposta a essa e a outras iniciativas do governo.”

O coordenador de Nanotecnologias explicou que o workshop inicia uma fase de articulação do sistema com outras iniciativas governamentais. “O Sibratec é uma dessas iniciativas, importante especialmente para a missão do SisNano, que é prover uma alavancagem no processo de inovação no Brasil”, afirmou Plentz. “Ninguém imagina um sistema que seja forte, consolidado e de longo prazo se ele não estiver integrado não só com ações do MCTI, mas com ações de outros ministérios e com ações de interesse global e mundial.”

Conforme adiantou o coordenador-geral de Serviços Tecnológicos do MCTI, Jorge Mario Campagnolo, a meta é criar três redes de nanotecnologia dentro do Sibratec: serviços tecnológicos, inovação em nanomateriais e nanocompósitos e inovação em nanodispositivos e nanossensores.

As futuras redes de inovação devem passar por uma fase de testes. “Nós aprendemos muito com o projeto piloto da Embrapii [Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial] e esses dois centros de inovação estão sendo criados no mesmo modelo, que não é mais de convênio, mas por meio de um acordo de cooperação, para dar mais agilidade”, adiantou Campagnolo.

O diretor de Engenharias, Ciências Exatas e Humanas e Sociais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Guilherme Sales, citou a possibilidade de interação com os programas de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (Rhae), Ciência sem Fronteiras e dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

Sistemas

O SisNano é composto por laboratórios especializados e multiusuários direcionados a pesquisa, desenvolvimento e inovação em nanociências e nanotecnologias. Entre os objetivos, estão a mobilização de empresas instaladas no Brasil e o apoio às suas atividades, a promoção do avanço científico e tecnológico e da inovação, o aperfeiçoamento da infraestrutura existente e a universalização do acesso à comunidade científica do país.

Já o Sibratec tem a finalidade de apoiar o desenvolvimento tecnológico do setor empresarial nacional e as atividades de pesquisa e desenvolvimento voltadas para a inovação em produtos e processos, em consonância com as prioridades das políticas industrial, tecnológica e de comércio exterior. O sistema está organizado em três conjuntos de redes: Centros de Inovação, Serviços Tecnológicos e Extensão Tecnológica.