Mastite bovina é estudada em rebanhos leiteiros de São Raimundo das Mangabeiras (MA)

Por Ivanildo Santos 19 de julho de 2017

mastite1O Brasil apresenta cadeia produtiva do leite distribuída por todo o país. A pecuária leiteira do Estado do Maranhão tem pouca representatividade no cenário nacional, sendo a microrregião de Imperatriz responsável pela metade do leite produzido no Estado.

Neste cenário encontra-se o cerrado brasileiro, apontado como a principal área de crescimento da atividade leiteira no Brasil, em função da sua vasta e diversificada produção de grãos e consequentemente das atividades dependentes destes, como a pecuária de leite.

O município de São Raimundo das Mangabeiras, localizado no sul do Maranhão, possui uma vasta área deste bioma, apresentando assim potencial para a instalação de uma bacia leiteira. Esse estabelecimento atenderia todas as necessidades do consumo da população local, que depende de boa parte do produto oriundos de outras regiões.

No entanto, a mastite, considerada a mais frequente causadora de prejuízos aos produtores de leite no Brasil, é fator limitante na produtividade leiteira. Diante disso, o estudante do curso técnico em Agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Bruno Borges Morais, desenvolveu um estudo com o objetivo de determinar a frequência de mastite e identificar os fatores de risco associados à enfermidade nas vacas leiteiras do município de São Raimundo das Mangabeiras (MA), permitido assim elaborar propostas técnicas específicas para profilaxia da doença, visando reduzir os índices encontrados.

alt“O controle da mastite nos rebanhos leiteiros constitui um importante passo para a elaboração de produtos de boa qualidade e diminuição dos riscos à população. Em paralelo ao aspecto econômico deve-se ressaltar a relevância em saúde pública, pois muitos dos agentes etiológicos da mastite e/ou suas toxinas apresentam potencial zoonótico”, explica o estudante.

No estudo, foi considerada propriedade de atividade leiteira aquela que tivesse animais ordenhados regularmente e o leite fosse utilizado para consumo e/ou comercializado. Esta foi a característica pré-determinada mínima para que as propriedades fossem incluídas na amostragem. As fêmeas bovinas selecionadas foram vacas primíparas ou multíparas, em período de lactação e não submetidas à antibioticoterapia por até uma semana antes dos testes diagnósticos.

De acordo com Bruno Borges Morais, para determinar a prevalência de vacas com mastite clínica, realizou-se o exame clínico das glândulas mamárias e o teste da “caneca de fundo escuro”. Foram considerados com mastite os animais que apresentaram à inspeção e palpação pelo menos um quarto da glândula com aspecto de aumento de volume, temperatura, sensibilidade, fibrose, abscessos e/ou alterações visíveis no leite, tais como grumos, filamentos, pus e secreção mamária sanguinolenta.

alt“Para cada rebanho visitado aplicou-se um questionário epidemiológico com o objetivo de relacionar possíveis fatores de risco associados à mastite subclínica. Os fatores de risco analisados nas propriedades foram: raças exploradas, fontes hídricas, sistema de exploração, número de vacas ordenhadas, tipo e local de ordenha, manejo da ordenha, realização de testes diagnósticos para mastite, ordenha com bezerro ao pé, realização de tratamento na presença de mastite, realização de pré e pós digging, higiene do local de ordenha, realização de rodízio de desinfetantes e antimicrobianos, controle de moscas, momento de fornecimento de alimento/ração, higiene dos ordenadores, capacitação dos ordenadores e assistência técnica”, detalha o estudante.

Segundo Bruno Borges Morais, o maior benefício da pesquisa foi a possibilidade de abordar a enfermidade junto aos produtores de leite do município, que passaram a conhecer a doença e os riscos econômicos e zoonóticos associados a ela. Foi importante também pelo fato de poder fazer associações de fatores de risco a doença no município, condições estas próprias e encontradas na realidade dos rebanhos maranhenses.