Maranhão tem a primeira doutora do programa Renorbio

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Por Ivanildo Santos 15 de julho de 2010

“Efeitos da geoprópolis de melípona fasciculada Smith sobre a microbiota cariogênica: Prospecção de um bioproduto”, eDSC07413sitesse foi o título da tese de doutorado defendida nesta manhã (15) pela pesquisadora Silvana Amado Libério. A pesquisa de Silvana, que é professora do Departamento de Odontologia I da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), teve orientação da Drª Rosane Nassar Meireles Guerra, diretora-presidente da FAPEMA, e co-orientação do Dr. Valério Monteiro Neto.

 

A pesquisa investiga a atividade do geoprópolis de abelhas nativas da baixada maranhense sobre as bactérias cariogênicas, causadoras de um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil, a cárie. Com o estudo, a pesquisadora buscou propor um produto a base do geoprópolis de melípona como uma alternativa no combate à cárie.

 

A pesquisa de Silvana Libério foi a primeira tese de doutorado do programa da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio). Segundo ela, o Renorbio lhe possibilitou interagir com outros laboratórios da UFMA, onde foi realizado o estudo. “O trabalho teve investigação microbiológica e uma parte dele teve também investigação imunológica. Eu sou da Odontologia, e antes trabalhava apenas com pesquisas clínicas dentro do próprio curso. Esse intercâmbio com os demais laboratórios só foi possível graças ao Renorbio”, conta.

 

Essa foi a sétima tese defendida dentro do Renorbio e, até o fim do ano, esperam-se mais 93 pesquisas concluídas. O Maranhão foi o quinto estado da rede a formar um doutor pelo programa, que no Estado conta com a participação da FAPEMA. Após a implementação do Renorbio, a produção de artigos científicos dos docentes envolvidos no programa triplicou.

 

DSC07391site“O Maranhão é o maior bioma da região N/NE, por isso, se nós estimularmos esse potencial biotecnológico natural do Estado, teremos condições de incrementar o desenvolvimento da região e diminuir as assimetrias que existem em relação ao sul e sudeste”, avaliou José Ferreira Nunes, coordenador do Renorbio.

 

Hoje, há no Brasil cerca de 80 mil doutores; destes, 56% estão na região sudeste e apenas 16% no nordeste. O Produto Interno Bruto (PIB) do sudeste é mais de três vezes superior ao da região nordeste, o que reforça novamente as estatísticas que apontam relação direta entre o PIB e o número de doutores de uma região. “A ideia com o Renorbio é formar 100 doutores por ano. Assim, daqui a 10 anos teremos mil doutores no nordeste, uma região com a sua biodiversidade desenvolvida, e conseguiremos diminuir essas distorções de PIB que existem no país”, concluiu José Ferreira Nunes.