Living Labs são tema de debate durante Fórum Nacional
A experiência dos Living Labs na União Europeia foi um dos temas mais aguardados durante a realização do Fórum Nacional do Consecti (Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação) e Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), que acontece até hoje (25), em uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Maranhão (FAPEMA).
O presidente da Rede Europeia de Living Labs, Álvaro de Oliveira, falou sobre o avanço na Europa dessa nova maneira de abordar a pesquisa científica em ambientes abertos.
A Rede Européia de Living Labs foi lançada em 2006, como primeiro passo em direção a um novo sistema europeu de inovação. “Os Living Labs são um ecossistema de parcerias onde quem cria novo conhecimento, os pesquisadores, as empresas, os financiadores e poder público, ou seja, todos os agentes do processo de inovação, trabalham em conjunto com o usuário final, o cidadão, na perspectiva de desenvolver novas tecnologias, novos processos, novos produtos, novos serviços focados nas pessoas”, disse Oliveira.
O Living Lab consiste em um sistema de “inovação aberta”, resultando em mudanças de paradigma na forma como as empresas e universidades levam a cabo o processo de inovação. Este deixa de ocorrer no contexto fechado dos laboratórios, prevalecendo o desenvolvimento, experimentação e teste de produtos, serviços e soluções criativas em contexto real e em interação contínua com os cidadãos.
CASES – Álvaro de Oliveira trouxe para o encontro a experiência de dois Living Labs revolucionários. O primeiro deles é o “Fiapal Living Lab”, uma rede de negócios na engenharia automotiva portuguesa que fornece o suporte para seus membros para integrar a indústria automotiva global e melhorar a gama dos seus produtos e serviços. O Fiapal está ajudando a acelerar a eficiência de seus membros, fornecendo pesquisa e desenvolvimento adequados e cooperando com o desenvolvimento de especialistas e instituições científicas em Portugal e no exterior.
Outro case apresentado por Oliveira foi a “Sanjotec”, outra iniciativa estratégica portuguesa que visa apoiar técnica e cientificamente a comunidade empresarial local e regional, através da difusão de uma cultura de inovação e do encorajamento a projetos empresariais de base tecnológica nas áreas da Robótica, Automação Industrial, Biotecnologia, Química, Design e Tecnologias da Informação.
LIVING LABS NO BRASIL – Atualmente, integram a rede cerca de 320 Laboratórios Vivos, sendo que, destes, 267 encontram-se na União Europeia. Fora da UE, o Brasil é um dos países que recebe maior destaque, agrupando 13 experiências de Living Labs. Um deles está em São Luís, o Projeto Cuidando do Futuro que foi criado pelo Governo do Maranhão e tem como objetivo reduzir a mortalidade infantil (crianças com até 27 dias de vida) e materna no estado.
Oliveira destacou o potencial brasileiro no que diz respeito ao desenvolvimento científico e tecnológico. “O Brasil possui algumas vantagens sobre outros países, como uma democracia aberta, foco em inovação social, promoção ativa de ‘Open Data’ e ‘Open Government’, ecossistemas de inovação, como Parques Tecnológicos, Living Labs, e políticas de inovação, além da melhoria das políticas para educação e de qualidade em todos os níveis”, enumerou.