Entenda como funciona o exoesqueleto da Copa

O Brasil já está em clima de Copa do Mundo. Além de ser o primeiro jogo do Mundial, a partida entre Brasil e Croácia amanhã será importante por outro motivo: pela primeira vez na história da competição, o pontapé inicial será dado por um paraplégico.

Vestindo uma armadura parecida com a utilizada por Tony Stark em “Homem de Ferro”, o escolhido para este momento ficará de pé e conseguirá andar pelo gramado, além de chutar a bola. O trabalho é uma parceria do médico e cientista Miguel Nicolelis, do centro de neuroengenharia da Universidade Duke, da UFRN, e de instituições de São Paulo, Berlim, Munique e Lausane, na Suíça.

O exoesqueleto funciona como uma espécie de “roupa robótica”, captando a atividade cerebral de quem a veste e transformando os impulsos cerebrais em movimentos. Ele fica preso ao corpo por presilhas que envolvem os membros paralisados. E o traje já tem até nome! A armação recebeu o apelido de BRA-Santos Dumont.

Além de garantir o movimento, a veste vai permitir ao seu controlador sentir o movimento dos pés. Revestido por uma pele especial com diversos circuitos, o exoesqueleto entende o momento em que os pés tocam o solo e envia por meio de impulsos a sensação para o cérebro.

Há dois meses, o exoesqueleto deu seus primeiros passos.
A estrutura pesa aproximadamente 70 quilos e é equipada com um giroscópio, para ajudar a armadura a encontrar um ponto de equilíbrio. Na parte de traz fica um computador que analisa toda a atividade do cérebro, captada por uma touca. Para conectar os dois dispositivos, nada de fios. Um receptor wireless fica acoplado na cintura do paciente.

Nicolelis recebeu do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação uma verba de R$ 33 milhões para realizar a pesquisa e desenvolver do projeto. Se der certo, a ideia pode ajudar portadores de paralisia nos ossos a ter uma vida normal, permitindo que realizem atividades simples, como se locomover.

A cerimônia de abertura da competição está marcada para amanhã, às 15h30, na Arena Corinthians em São Paulo.