Ganhador do Prêmio Nobel fala sobre mudanças climáticas durante 66ª SBPC no Acre

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Por Ivanildo Santos 26 de julho de 2014

premio nobell12A mesa redonda “Mudanças climáticas: as enchentes do Rio Madeira e a gestão de risco na Amazônia”, trouxe ao Acre o renomado cientista especializado em climatologia, Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus.

Uma platéia formada por duzentas pessoas lotou a sala ambiente do curso de Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac) onde as discussões aconteceram.

A mesa redonda fez parte da programação da 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até domingo (27) em Rio Branco.

Um dos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz de 2007, o francês, radicado no Brasil há 40 anos, dedica boa parte do seu tempo a alertar a humanidade sobre os riscos crescentes de catástrofes climáticas.

Durante sua fala o cientista passeou por vários estudos sobre aquecimento global, concentrando no tema “Hidrelétricas amazônicas e mudanças climáticas”.

Apresentando dados retirados de estudos científicos e outros disponibilizados por fontes oficiais e consórcios envolvidos, Fearnside demonstrou a relação entre hidrelétricas e a emissão de gás metano, um dos principais causadores do efeito estufa.premio nobell34

“Quem defende, diz que a emissão é menor que a que realmente demonstramos e para isso apresentam dados parciais e exemplos que não correspondem a experiências da Amazônia”, contrapôs. “Não temos mais 100 anos para por em prática soluções, precisamos fazer alguma em 20 anos, ora”.

Pelos estudos do cientista, a implantação de grandes hidrelétricas em cidades Amazônicas – Tucuruí e Belo Monte (Pará) e Santo Antônio (Rondônia) – podem ser apontadas como parte responsável por fenômenos climáticos como secas e enchentes testemunhadas recentemente na Amazônia.

O assunto foi tratado também pela primeira debatedora da mesa redonda, a diretora executiva da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Vera Reis que tratou das implicações da enchente do rio madeira que isolou o Acre no primeiro semestre deste ano.