FAPs do Nordeste lançarão em 2017 edital sobre o semiárido brasileiro

Alex na França7.site
Por Ivanildo Santos 17 de novembro de 2016

 

Alex na França7.siteAté maio de 2017 deverá ser lançado um edital de chamada pública para fomentar pesquisas sobre o semiárido brasileiro, principalmente no que se refere ao aproveitamento da água, numa iniciativa conjunta de entidades francesas e Fundações de Amparo à Pesquisa do nordeste. A decisão foi anunciada durante a missão técnico-científica realizada este mês na França, integrada por membros do CONFAP (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa).

 

Abraham Benzaquem Sicsu, presidente da FACEPE (Pernambuco) explicou que o edital é resultado de longa negociação que levou ao estado, para um seminário conjunto em 2015, Philippe Martineau, responsável pela Cooperação Científica, Universitária e Tecnológica da Embaixada da França.

 

Houve discussões sobre as problemáticas passíveis de parcerias e elencados temas de interesse comum dos dois países envolvidos, entre eles mudanças climáticas, saúde humana e energias renováveis. Em abril de 2016, em Recife, uma carta de intenções criou a Rede Franco-Brasileira de Fomento à Pesquisa para o Nordeste. Ela foi assinada por representantes da Embaixada da França do Brasil, do IRD (Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento), e do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica) e presidentes de FAPs de estados nordestinos.

 

Por meio da carta de Recife, as partes se comprometeram a compartilhar laboratórios e outros meios, além de outros 8 ações que estão sendo colocadas em prática. A próxima será o edital específico para o semiárido e a problemática da água.

 

“A presença das FAPs em Montpellier é muito importante para avançarmos”, afirmou Frederic Huynh, que representa o IRD no Brasil. Ele já cuida de um programa no Amazonas, o Guyamazon, considerado um sucesso e executado em colaboração com a Guiana Francesa, a FAPEAP (Amapá), FAPEAM (Amazonas) e FAPEMA (Maranhão).

 

Frederic Huynh partirá da experiência do Guymazon para propor a ReFBN, um modelo de gestão adequado às suas especificidades. “Nós temos a felicidade de ter uma ‘antena’ da França no Brasil”, acrescentou Abraham Sicsu. “O programa institucionalizou a pesquisa agropecuária e agrária em estados da região. Mas ainda temos problemas, como a agricultura em pequenas propriedades, que podem ser abordados por pesquisadores contemplados no futuro edital.”

 

Já Fabio Guedes, presidente da FAPEAL (Alagoas) acredita que “apesar dos desafios históricos não superados, há alternativa para seu enfrentamento. Alagoas tem a maior obra hídrica do governo federal no Brasil, um canal de 250 km, mais a instalação de uma unidade da Embrapa, especializada em bioalimentos e novos sabores ”.

 

Por sua vez, a Embrapa se dispôs a colaborar na elaboração do novo edital, conforme garantiu Pedro L.O. de Machado, pesquisador da empresa brasileira que atua no Labex Europe, uma espécie de “laboratório sem fronteiras”. Ele falou durante reunião com a delegação brasileira na Fundação Agropolis, em 16 de novembro.