Floresta Amazônica recuperou 20% da área devastada
O primeiro mapa que mostra a regeneração florestal na Amazônia aponta que 20% de tudo o que foi desmatado na região de 1988 a 2007 se recuperou, formando capoeiras (matas secundárias). De acordo com a reportagem publicada no jornal A Folha de S. Paulo, porém, metade dessa mata regenerada pode se tornar lavoura e pasto novamente em menos de cinco anos.
Segundo pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ao entender a dinâmica de ganho e perda dessas capoeiras será possível avaliar as emissões de CO2 do Brasil por meio do desmatamento. Enquanto ocorre a regeneração, a floresta retém carbono.
Analisados por Cláudio Almeida, diretor do Centro Regional da Amazônia do Inpe, os cálculos foram baseados em 26 imagens de satélites do Prodes, o sistema de sensoriamento remoto que calcula a taxa oficial de desmatamento desde 1980.
Após mapear a área desmatada, o sistema não avaliava o que acontecia com a região que entrou no tapete amarelo (maneira como os técnicos do Inpe chamam as áreas desmatadas, marcadas nos mapas do Prodes com essa cor). Agora, os pesquisadores conseguiram observar essas áreas e constataram que há um ciclo de abandono e retomada das pastagens pelos proprietários da terra. Os dados do estudo indicam que em um determinado momento, estes proprietários de terra ficam descapitalizados e abandonam o pasto – é nessa hora que a capoeira se desenvolve. Mas, depois de três ou quatro anos, o pasto é limpo novamente e recomeça o clico da pastagem, com o desmatamento da região.