Flora maranhense é usada em roedores no tratamento de diabetes
Estudar os efeitos metabólicos das plantas medicinais em modelo de hiperglicemia, induzido por glicocorticóide em roedores é o objetivo do projeto “Efeitos metabólicos dos extratos de plantas medicinais em modelo experimental de hiperglicemia em roedores”, coordenado pela professora da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Iracelle Carvalho Abreu, doutora em Biotecnologia, na área de Produtos Naturais.
A pesquisa conta com apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA através do Edital Universal. E foi justamente com esse apoio financeiro que Iracelle Abreu e sua equipe conseguiu financiamento para aquisição dos matérias de consumo e equipamentos para projeto. Ela destacou o trabalho desenvolvido pela Fundação.
“Acho fundamental o trabalho da FAPEMA em apoiar mestres e doutores em seus projetos, visto que é a única fonte financeira para compra de materiais de consumo e equipamentos no estado, o que possibilita a realização de bons projetos com resultados relevantes, e ainda incentiva o surgimento de novos pesquisadores no Maranhão”, observou a pesquisadora.
Integram a equipe do projeto os professores da UFMA, Antonio Carlos Romão Borges, Marilene Oliveira das Rocha Borges, Antonio Marcus Paes, Maria do Socorro Cartágenes, Selma do Nascimento Silva, Alex Rafacho, da Universidade Federal de Santa Catarina e também alunos da Universidade.
A professora conta que despertou para o tema do projeto ainda durante o doutorado, quando ao lado da equipe, conseguiu desenvolver uma metodologia que permitiu estudar o diabetes mellitus tipo 2, de forma gradativa e com alterações metabólicas progressivas.
“É um modelo que se assemelha bastante com a patologia no humano, que se desenvolve durante anos. Percebemos então que seria uma forma apropriada para estudar extratos de plantas, indicadas pela população, para o controle da hiperglicemia.
O diabettes mellitus tipo 2 é um distúrbio metabólico caracterizado pelo elevado nível de glicose no sangue no âmbito da resistência à insulina e pela insuficiência relativa de insulina.
Para o projeto foi desenvolvido uma metodologia de estudo para Síndrome Metabólica e o diabetes mellitus tipo 2, de forma progressiva através da indução com prednisona e um glicocorticóide administrados via oral diariamente durante dois meses de tratamento.
A administração dos extratos das plantas estudadas foi realizada no mesmo período da prednisona com diferença de duas horas entras as duas aplicações.
“A avaliação dos animais foi feita a cada sete dias, com parâmetros bioquímicos e metabólicos, e no final do experimento, após 30 e 60 dias, outras avaliações foram feitas com órgãos isolados”, explicou.
Até o momento a equipe tem resultados parciais que logo serão apresentados assim que concluída totalmente a pesquisa, mas até agora, os resultados parciais contam como positivamente para os estudos.
“Nossos resultados mostram que o Maranhão possui grande potencial em sua flora, em que pode ser ainda muito explorado visando a obtenção de terapias alternativas no tratamento do diabetes mellitus tipo 2 , dislipidemias e na prevenção de doenças cardiovasculares”, conclui a pesquisadora.
Iracelle destaca que a pesquisa tem grande valor para sociedade, que ganha com o projeto a partir da confirmação científica da atividade antihiperglicemiante de algumas plantas que já eram indicadas no controle da hiperglicemia. “No nosso caso, conseguimos obter um produto farmacêutico que foi patenteado e que há grandes chances de, futuramente, entrar no mercado”, analisa.
Sobre o Edital
O Edital Universal tem como objetivo destinar recursos financeiros para projetos de pesquisa científica e tecnológica nas diversas áreas do conhecimento, a serem desenvolvidas em instituições de pesquisa e/ou de ensino superior públicas ou privadas, sem fins lucrativos, sediadas no Maranhão.