FAPEMA financia projeto de balança inteligente por comando de voz para uso de pessoas com deficiência

Por Sandra Viana 30 de agosto de 2023

Pensando em garantir maior autonomia às pessoas com deficiência visual no ambiente de trabalho, um aluno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) desenvolveu o projeto ‘Protótipo de medidor de temperatura e umidade audível com sistema de comandos por voz’.

Trata-se de uma balança que emite informações sonoras e é controlada por comandos de voz, utilizando uma plataforma de prototipagem. O autor da balança é Anthony Eduardo da Silva Cutrim, estudante de Ciências Agrárias no campus Maracanã.

O estudo obteve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA). A balança está em uso há dois anos e segue sendo aprimorada.

Segundo o presidente da FAPEMA, Nordman Wall, a instituição se orgulha de poder viabilizar projetos que façam a diferença na vida das pessoas. “Nós parabenizamos o estudante Anthony Cutrim pela brilhante ideia e temos a satisfação de ter sido a FAPEMA uma contribuinte para que o projeto saísse do papel”, afirmou.

Nordman Wall acrescentou ainda que o Governo do Estado tem se empenhado para ampliar a oferta de bolsas e proporcionar o desenvolvimento das pesquisas no Maranhão.

Como surgiu o projeto

Anthony Eduardo Cutrim contou que o equipamento foi pensado para atender demanda de um aluno que cursava Zootecnia na universidade. “Fomos convidados a desenvolver um sensor de temperatura e umidade para ser utilizado na agricultura e avicultura pelas pessoas com deficiência visual”, disse.

“A proposta é que possam executar algumas atividades com mais facilidade, acessibilidade e autonomia, sem que precisem depender de outras pessoas”, acrescentou Anthony. Ele explicou que a balança é desenvolvida a partir de protótipos, tendo como base instrumentos de medida digitais de precisão acessíveis e com a finalidade de ser uma tecnologia assistiva.

Alessandro Henry, zootecnista IFMA Maracanã, tem um negócio na área de avicultura e já utiliza a balança. “Posso ter controle da condição alimentar, do ganho de peso e da quantidade de ração utilizando a balança. O melhor de tudo é que posso fazer esse procedimento sozinho”, comentou.

De acordo com Alessandro, com o auxílio da balança ele passou a negociar melhor e a economizar nos insumos que utiliza, obtendo uma redução de 50% nos custos para a criação de aves.

Melhorias

O sensor de temperatura e umidade criado por Anthony coleta os dados do ar no aviário e envia à plataforma tecnológica, o Arduino, que por sua vez decodifica as informações e converte em voz. Esse som é emitido em alto-falante e pode ser verificado também em display.

“Essas possibilidades tornam o instrumento acessível a todos”, explicou Anthony. Para melhorar a ferramenta, ele avalia instalar um amplificador de áudio, com adaptação de plug para fone de ouvido, e acionamento dos resultados das medidas de temperatura e umidade por comandos de voz.

O trabalho traz satisfação e orgulho para Anthony por facilitar o cotidiano das pessoas com deficiência auditiva. “Trabalhar em um projeto com propósito assistivo tem proporcionado vivenciar as inúmeras barreiras que o aluno com deficiência enfrenta. Isso tem demandado mais tempo e dedicação, e se mostra um desafio bastante inovador, com importantes significados”, avaliou.

Com o protótipo, Anthony Cutrim diz que quer poder contribuir com a área de Tecnologias Assistivas, garantindo às pessoas com deficiência visual e baixa visão a oportunidade de participar ativamente, com autonomia e independência, nas atividades práticas de laboratório e em outros ambientes da vida cotidiana, que necessitem do uso de balanças digitais com diversos níveis de precisão.