Fapema discute com pesquisadores e sociedade elaboração de edital voltado para comunidades quilombolas
A Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) reuniu nesta terça-feira (14), pesquisadores de Instituições de Ensino Superior, técnicos de secretarias do governo e representantes de ONGs e sociedade civil organizada para discutir sobre Inclusão Produtiva para Comunidades Rurais Quilombolas no Maranhão. As discussões aconteceram durante Oficina de Planejamento e Participação Social realizada na sede do órgão. O evento teve como objetivo envolver esses seguimentos nas escolhas das linhas temáticas do edital que será lançado nos próximos dias pelo Governo do Estado.
“A oficina de planejamento tem como objetivo fazer essa participação, não só restrita aos pesquisadores, mas uma participação que chama a sociedade civil organizada e chama também os técnicos que atuam nas outras esferas do estado e que podem trazer e mostrar quais os seus interesses e o que gostariam de ver pesquisado e que respostas esperam da academia. A discussão a partir desses elementos traz um edital mais engajado com a busca de soluções e mais adequado às necessidades do Maranhão”, destacou o diretor-presidente da Fapema, Alex Oliveira.
Por meio do edital, que tem recursos alocados no valor de R$ 480 mil, serão apoiadas pesquisas voltadas aos estudos sobre inclusão produtiva dessas comunidades com vistas à contribuição para elaboração e implementação de ações que resultem no fortalecimento das cadeias produtivas no estado.
Além de tratar sobre as linhas de pesquisas do edital, os participantes da oficina também opinaram sobre os critérios para elaboração de projetos, para escolha de proponentes e apontaram eixos temáticos e itens financiáveis, entre outras questões. Os eixos temáticos propostos deverão contribuir para que o Maranhão avance em termos de produção, beneficiamento, processamento e comercialização de seus derivados.
Ao contextualizar a importância do edital, a diretora Científica da Fapema, Silvane Magali Vale Nascimento, disse que a inclusão produtiva das comunidades quilombolas implica considerar as diversas formas e fazeres, mas é também oportunizar às mesmas as condições de inseri-las nas cadeias produtivas de modo a participarem da produção e comercialização como parte do processo mais amplo da ação do estado com a definição de práticas voltadas à realidade dessas comunidades.
Para a pesquisadora da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável da Embrapa, Guilhermina Cayres, a oficina é importante uma vez que o edital foge do perfil puramente acadêmico. “É a ciência voltada para o mundo real. A ciência que sai das academias, dos institutos de pesquisa e passa a ter interação com o mundo. E em relação a esse edital é uma oportunidade para que os profissionais, técnicos e pesquisadores se envolvam com um público que muitas vezes é associado ao atraso, ao tradicional”, disse a pesquisadora.
Representando a Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular, Helen da Silva, também destacou a importância da oficina. “Faz toda a diferença porque constrói o edital a partir das demandas das pessoas envolvidas na temática, que conhecem a realidade dessas comunidades”, disse.