Estudo investiga o potencial antimicrobiano do mesocarpo do babaçu
O mesocarpo costuma ser empregado pela população no tratamento de várias doenças, entre elas artrite, reumatismo, inflamações uterinas e ovarianas, úlceras gástricas, além de tumores malignos, cólicas menstruais e esgotamento nervoso e mental. Mas além das funções antiinflamatórias já comprovadas, outro aspecto relacionado ao babaçu tem merecido atenção dos pesquisadores: trata-se do potencial do mesocarpo quanto à atividade antimicrobiana.
Esse é o foco central de uma pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), através do edital Universal (nº 010/2009), e que está sendo desenvolvida pela professora Elizabeth de Sousa Barcelos Barroqueiro, do Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
O estudo está em fase de aplicação dos testes em animais (in vivo). Para verificar se o babaçu realmente apresenta ação antimicrobiana, os pesquisadores estão testando a atividade do mesocarpo contra cepas de três bactérias: Enterococcus faecalis e Staphylococcus aureus (cepas gram positivas) e Escherichia coli (cepa gram negativa).
De acordo com a professora Elizabeth Barroqueiro, os resultados têm sido muito promissores, uma vez que a atividade in vitro foi comprovada para as bactérias gram positivas, (cepas de Enterococcus faecalis e Staphylococcus aureus). Já os testes com bactérias gram negativas – como a Escherichia coli – não apresentaram resultados comprobatórios.
“Se conseguirmos comprovar nossa pesquisa em animais de experimentação, o próximo passo será buscar essa comprovação em seres humanos. Então poderemos ter um fitoterápico com ação antimicrobiana acessível à população a baixo custo, considerando que os antibióticos existentes no mercado são de preço muito alto”, declarou a professora.
Outro benefício que a pesquisa pode trazer, segundo a pesquisadora, é despertar o interesse de grandes indústrias farmacêuticas para o potencial do babaçu, já que a resistência das bactérias aos antibióticos conhecidos e existentes no mercado é cada vez maior.