Estudante da UFMA recebe prêmio nos Estados Unidos

ufma
Por Ivanildo Santos 4 de fevereiro de 2016

ufma

Um estudo realizado pelo acadêmico do 10º período de Medicina, Renato Gaspar, garantiu à Universidade Federal do Maranhão mais um reconhecimento internacional. Isso porque o jovem pesquisador foi premiado pela American Physiological Society com o Novel Disease Model Award for Predoctoral Students, que será entregue durante o Congresso Experimental Biology 2016, evento que acontece de 02 a 06 de abril, em San Diego, Estados Unidos. Desenvolvido sob a orientação do professor Marcus Paes, o projeto estuda a síndrome dos ovários policísticos.

Segundo Renato Gaspar, a premiação foi uma surpresa, mas ele destaca que isso coloca a UFMA no patamar mais alto da ciência no Brasil e no mundo. “Nós estamos intelectualmente comparados aos grandes parques tecnológicos. Isso comprova que a universidade realiza pesquisas de ponta e tecnologia aplicável para desenvolvimento de estudos importantes na ciência”, afirma o acadêmico, que considera que o prêmio é um reconhecimento aos demais membros que desenvolvem pesquisas no laboratório e credita o sucesso a todo o grupo.

O orientador Marcus Paes, professor do Departamento de Ciências Fisiológicas, explica que o projeto foi selecionado em meio a outras dezenas de trabalhos inscritos. “Pela primeira vez um brasileiro conquistou o prêmio que é concedido desde 2008”, conta satisfeito. Ele afirma que é um reconhecimento a um trabalho desenvolvido há 10 anos. “Iniciamos esse trabalho com o modelo animal e trabalhamos com o modelo de obesidade induzido pelo L-glutamato monossódico”, explica. Paes conta que, a partir de então, foi observada em certa oportunidade que as ratas mais obesas eram inférteis. “Esse experimento ficou de stand by por certo tempo até que o Renato Gaspar entrou no laboratório como aluno de iniciação científica, decidimos retomar o estudo, uma vez que observamos que as principais causas de baixa fertilidade são ovários policísticos”, acrescenta o professor.

Diante do estudo apresentado, o Marcus Paes explicou que o método vai ajudar a desenvolver novas drogas para combater a síndrome do ovário policístico. “Nosso modelo tem características bem relevantes para implementação de novos fármacos. Nosso trabalho é uma ferramenta de estudo”, reiterou.

Empolgado com o sucesso do trabalho no Laboratório de Fisiologia, Renato Gaspar confessa que se sente motivado em seguir a carreira científica. “Quero colaborar no desenvolvimento de novos estudos que possam vir a contribuir com a sociedade”.

Entenda como funciona o método premiado

Os pesquisadores explicam que o modelo desenvolvido traz uma faceta diferente dos demais projetos. O método MSG (L-glutamato monossódico) expande o estudo para grupos de pesquisas menos privilegiados, pois todos os outros modelos são feitos através de hormônios ou drogas bem mais caros.

O modelo consiste na injeção do sal MSG em ratos recém-nascidos e o acompanhamento do desenvolvimento animal até a vida adulta, por volta dos 60 dias. Durante esse período é observado que as fêmeas começam a apresentar obesidade, triglicérides alto e diabetes melitus 2, isso do ponto de vista metabólico. Já do ponto de vista reprodutivo, foi descoberto que elas são levadas a desenvolver ciclos irregulares, assim como as mulheres que possuem SOP. As ratas acabam apresentando ovários policísticos, que também são compatíveis com as mulheres.