Edital Universal contempla pesquisas em áreas diversas do conhecimento
A última área de Floresta Amazônica preservada no Maranhão está na Reserva Biológica do Gurupi. Isso corresponde a apenas 30% do que já existiu no estado, cuja metade do território era tomada pela floresta. Para fornecer dados que ajudarão na contenção dessa ameaça, está sendo realizado um amplo levantamento pelo Programa de Pesquisas em Biodiversidade na Amazônia. Desse programa saiu o projeto de Francisca Helena Muniz, do Departamento de Biologia e Química da Uema, que foi selecionado para financiamento pelo Edital Universal da Fapema.
A divulgação do resultado aconteceu na última sexta-feira (05), contemplando pesquisas das mais diversas áreas do conhecimento. A contribuição de Francisca Muniz será com o levantamento das espécies de plantas e a estrutura da vegetação amazônica maranhense. “A região é bastante impactada com a retirada de madeiras e avanço da fronteira agrícola. Nós perdemos a biodiversidade em uma velocidade muito maior do que a nossa capacidade de conhecê-la, por isso a importância desse estudo”, explicou a pesquisadora.
Para a presidente da Fapema, Rosane Nassar Guerra, o Edital Universal permitiu a identificação das áreas de conhecimento em que o estado é mais forte. “Com esse perfil, poderemos fortalecer essas áreas e investir na formação de recursos humanos nas demais, sobretudo nas que são de interesse direto do Estado”, afirmou a presidente.
Estão sendo estudadas, pela Fapema, estratégias de fortalecimento da produção de pesquisa nas áreas de energias alternativas, engenharia química, gestão de projetos, ciências sociais, turismo, história, arte, agropecuária, agronegócio e biotecnologia.
Da área da comunicação, a ciência maranhense receberá novos dados a partir do projeto de pesquisa de Francisco Gonçalves. O pesquisador do Departamento de Comunicação Social da Ufma realizará um estudo do mercado da notícia em São Luís. “Há uma contradição no mercado do jornalismo da capital: ao mesmo tempo em que observamos uma expansão do número de títulos de jornais, ocorre uma baixa na tiragem; poucos alcançam a média de 7 mil exemplares”, aponta.
Segundo Francisco Gonçalves, essa é uma tendência mundial, influenciada principalmente pelo crescimento das redes digitais. Mas, no Maranhão ainda faltam elementos para uma análise do jornalismo produzido no estado. “O mercado da notícia maranhense sempre foi estudado pelo viés da política. A nossa proposta é fazer uma abordagem sociológica, envolvendo as condições econômicas, tecnológicas e políticas de produção de jornais”, contou Gonçalves.
Edital Universal
O Edital Universal foi lançado pela primeira vez, no ano passado, em um pacote de editais da Fapema, que incluiu mais nove. Foram submetidos 196 projetos ao edital inédito no Maranhão; desse total, foram selecionados 134, em três faixas. Estava previsto, inicialmente, a alocação de recursos na ordem de R$ 1,5 milhões. Mas para financiar todos os projetos aprovados, houve uma suplementação orçamentária do governo do Estado, somando R$ 2,4 milhões.
Os projetos da faixa A poderão receber até R$ 30mil; os da faixa B receberão um teto máximo de R$ 12 mil; e na faixa C o financiamento pode chegar a R$ 8mil. Os termos de outorga deverão ser assinados a partir do dia 05 de março. Os pesquisadores terão o prazo de 24 meses para executar seus projetos.