Cultivo do peixe-pedra pode gerar ganhos à economia local
Pesquisa desenvolvida pela professora doutora Talita da Silva Espósito, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), busca tornar a criação do peixe-pedra em cativeiro mais lucrativa.
No estudo, que tem o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do Edital Universal, estão sendo investigadas as enzimas digestivas e aspectos da fisiologia digestiva do peixe-pedra no intuito de dar subsídios para a elaboração de rações apropriadas para a espécie.
“Para a sociedade ludovicense, que aprecia bastante o consumo do peixe-pedra, a possibilidade de cultivo é uma alternativa para os estoques naturais que têm reduzido, diminuindo a oferta no mercado, não só em quantidade, mas em tamanho também, possibilitando, assim, ganho para a economia local”, destaca a pesquisadora.
Atualmente, a ração é o insumo mais caro de um empreendimento aquícola. “O conhecimento das enzimas digestivas e dos itens alimentares do peixe-pedra (Genyatremus luteus) contribuirá para o entendimento da fisiologia da digestão, favorecendo a elaboração de dietas adequadas ao bom crescimento desses organismos quando submetidos a condições de cultivo em cativeiro”, conta Talita Espósito.
O Maranhão é o principal estado brasileiro onde o peixe-pedra é intensamente capturado para consumo, seguido pelos estados do Pará e Amapá, com renda estimada de R$ 7 milhões gerada exclusivamente pela pesca artesanal. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) está é a quinta espécie de maior rendimento para o Estado.
Por se adaptar facilmente ao cativeiro, seu cultivo é bastante promissor. “No entanto, para o cultivo, vários aspectos da biologia e fisiologia da espécie devem ser investigados”, ressalta a pesquisadora.
Neste momento, a pesquisadora e sua equipe de trabalho formada por mais quatro alunas está finalizando algumas análises relacionadas à caracterização das enzimas digestivas.
A pesquisadora acrescenta que estudos de enzimas digestivas associadas a eventos fisiológicos possibilitarão a melhoria do manejo alimentar, como dietas específicas para cada fase de cultivo, horário de alimentação, contribuindo para redução de custos e para o bem-estar animal.