Cratera na Letônia é resultado de armação, não de meteorito

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Por Ivanildo Santos 27 de outubro de 2009

Geólogos da Letônia confirmaram que a suposta queda de um meteorito ontem à noite em um fazenda foi uma armação protagonizada por um grupo que desejava atrair turistas com o fato.

“Nos limites da cratera, é possível ver rastros de pás e que recentemente ervas daninhas foram arrancadas. Esta é a versão oficial a que chegamos”, assegurou Girts Stinkulis, chefe do departamento de geologia da Faculdade de Geografia da Universidade da Letônia, à agência “Baltic News Service (BNS)”.

O especialista acrescentou que “as dimensões da cratera não correspondem com as que costumam deixar os meteoritos”.meteorito_letonia

“O diâmetro e a profundidade são muito maiores”, disse o geólogo, que acrescentou que sua opinião é unânime entre os experientes em meteoritos.

Stinkulis opinou que o objeto incandescente que aparece nas imagens e fotografias reproduzidas pela imprensa pode ser pó de alumínio.

Quanto aos protagonistas, o professor universitário cogitou “que possivelmente tivessem a intenção de criar um escândalo ou outra coisa parecida”.

Com relação ao episódio, a ministra do Interior da Letônia, Linda Murnietse, afirmou à agência oficial russa “Itar-Tass” que os responsáveis pela piada de mau gosto devem ser castigados e terão de pagar uma grande multa.

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“Se ficar provado que foi uma brincadeira terá que pagar e muito, já que por causa do incidente a polícia, equipes de salvamentos e cientistas foram mobilizados, além de outras estruturas e da utilização de equipamentos muito caros”, assinalou.

A agência oficial russa RIA Novosti e diversos canais de televisão informaram nesta segunda-feira (26) sobre a suposta queda meteorito ontem à noite no norte da Letônia, próximo da fronteira com a Estônia.

O meteorito teria caído em uma fazenda nos arredores da localidade de Mazsalaca e gerado uma cratera de 20 metros de diâmetro.

As autoridades locais, que no primeiro momento não puderam afirmar se de fato era um meteorito ou um fragmento de um satélite artificial, isolaram o local.

O russo Vladimir Svetsov, cientista do Instituto de Dinâmica de Geosferas da Academia de Ciência da Rússia, explicou hoje que os meteoritos de rocha em regra não chegam à superfície da Terra, normalmente se dissipam antes da chegada à atmosfera.

Ele destacou que os meteoritos de um metro de diâmetro colidem com a Terra uma vez ao ano.

Svetsov detalhou que cerca de 10% do total dos meteoritos são de ferro e lembrou que há dez anos um corpo desse tipo caiu na república russa de Baskortostán, junto à localidade de Sterlimatak, e deixou uma cratera de dez metros de diâmetro.