Conhecimento de profissionais sobre câncer bucal é avaliado em pesquisa

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Por Ivanildo Santos 13 de junho de 2014

02cancerCom o intuito de avaliar o conhecimento dos cirurgiões-dentistas da rede pública de São Luís sobre o câncer bucal, a professora doutora Ana Paula Soares Fernandes Lamha, do Curso de Odontologia do UNICEUMA, está desenvolvendo estudo que deverá servir de ferramenta para o planejamento estratégico da atenção a este tipo de câncer.

No Maranhão Conselho Regional de Odontologia (CROMA) estima o surgimento de 205 novos casos por anodo câncer bucal, considerado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) um dos tipos de maior incidência no Brasil.

O estudo, que tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, está em fase de conclusão e em função dos resultados alcançados evidenciou que, de forma geral, existem deficiências no conhecimento sobre o câncer entre os cirurgiões-dentistas que atuam na rede pública de São Luís.

“Tal fato pode estar relacionado principalmente ao tempo de formação destes profissionais, à falta de uma prática cotidiana na questão do diagnóstico precoce da doença, à falta de uma atualização sistemática, e principalmente, à falta de estímulo para conhecer mais sobre o assunto”, observa a Ana Paula Lamha.

A pesquisa almeja propor uma ação de prevenção ao câncer de boca, baseada na avaliação deconhecimento dos cirurgiões-dentistas traçando um perfil destes profissionais quanto ao seu conhecimento acerca das características clínicas da doença e dos fatores de risco associados, investigar suas atitudes, seu interesse e percepção deconhecimento sobre o tema, discutir as deficiências encontradas com os gestores e propor o plano de ação.

Resultados – A partir dos resultados encontrados, segundo a professora, é possível afirmar que, quanto ao perfil deste profissionais, são em sua maioria do gênero masculino, na faixa etária de 36 anos, a maioria formados há dez anos e não fumantes”, conta a professora.

Com relação ao conhecimento das características clínicas do câncer bucal, Ana Paula informou que percebe-se que mais da metade dos profissionais souberam identificar o tipo de câncer mais prevalente (carcinoma espinocelular), bem como os sinais e sintomas mais frequentes.

“A maioria dos entrevistados reconheceu a língua como o local na boca onde mais ocorre a neoplasia. Já quanto aos fatores de risco, quase todos souberam identificar o uso de tabaco e o álcool, que são os dois hábitos mais importantes para a ocorrência do câncer bucal”, disse.

“Muitos profissionais consideram como fatores de risco condições associados ao aparecimento da neoplasia, tais como uso de próteses mal adaptadas e má condição bucal”, completa a professora.

Mais da metade dos participantes da pesquisas alega que não recebeu treinamento adequado para realizar o diagnóstico do câncer bucal durante a graduação.

“E, finalmente, embora a auto percepção de conhecimento acerca do câncer bucal tenha sido considerada regular por grande parte dos participantes desta pesquisa, muitos deles se mostram interessados em cursos de capacitação, como forma de poder desempenhar melhor seu papel de promotor de saúde frente à população”, conta a coordenadora do estudo.

“Sabe-se que ainda não há uma rotina bem fundamentada entre osprofissionais da saúde bucal no sentido de trabalhar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer bucal, até mesmo por culpa de uma abordagem falha destes aspectos durante o curso de graduação” relata Lamha.

‘Deste modo, reitera-se o desejo de que esta pesquisa não se restrinja a mostrar uma realidade, mas que efetivamente sirva de ferramenta para o planejamento estratégico da atenção ao câncer bucal no município”, finalizou Ana Paula Lamha.