Conferência discute pensamento econômico e social de Ignácio Rangel e Celso Furtado
A Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e o Centro Internacional Celso Furtado para Políticas de Desenvolvimento realizaram na última sexta-feira, (1º), uma conferência com o objetivo de fortalecer e debater novas parcerias que promovam a aceleração do desenvolvimento no Maranhão.
A conferência foi dividida em duas mesas de discussões. A primeira mesa, mediada pela Diretora Científica da Fapema, Silvane Magali Nascimento apresentou “Atualidade e prática do pensamento de Celso Furtado e Ignácio Rangel” e contou com a participação dos economistas Ricardo Bielschowsky (UFRJ), Raimundo Palhano (Centro Ignácio Rangel) e do historiador econômico Luiz Eduardo Simões de Souza (UFMA). Já a segunda, abordou “Desafios e Possibilidades para o Desenvolvimento do Maranhão” e foi composta pelo Presidente da Fapema, Alex Oliveira, o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Davi Telles e o Presidente do Centro Internacional Celso Furtado, Roberto Saturnino Braga.
Alex Oliveira considera que foi um dia histórico para a Fapema, devido oportunidade de contar com a presença de Saturnino Braga, ex-senador da República por diversos mandatos, uma figura de expoente nacional, ex-prefeito do Rio de Janeiro e atual Presidente do Centro Celso Furtado. “O Centro vai somar com o Centro Ignácio Rangel. Nessa construção que envolve os professores visitantes do Ignácio Rangel, os alunos de Pós-graduação que foram selecionados pela Fapema e os trainees também selecionados que participam do Programa de Inovação e Gestão Pública da Fapema e nós vamos juntos construir uma nova perspectiva de planejamento para o Estado do Maranhão”, declarou.
Conforme Ricardo Bielschowsky, a ideia foi trazer o pensamento do Celso Furtado e Ignácio Rangel, referências de renome nacional e também discutir sobre o desenvolvimento social e econômico do Maranhão, a partir desses dois pensadores, sendo um deles, maranhense, o Ignácio Rangel e o outro, Celso Furtado que é paraibano. “É muito importante para as atividades de planejar o Maranhão. Acho que essa relação entre os Centros é muito fértil. Vai prosperar. E isso se deu graças à atuação da Fapema. Quero dizer que estou satisfeito e contente com a iniciativa e por ter participando deste evento”, afirmou.
Para Raimundo Palhano, Celso Furtado e Ignácio Rangel são dois exemplares do que melhor a inteligência brasileira produziu em matéria de ideias econômicas, sobre desenvolvimento, sobre projeto de Brasil, sobre desenvolvimento regional. “Então nós estamos lidando com dois autores de suma importância que tem uma relevância para a academia não só do território brasileiro. São importantes também para a América Latina e para o crescimento econômico internacional. Eles foram dois produtores originais, criativos que estavam à frente de debates dos anos 60 para frente quando sua produção intelectual começa a aparecer e surgir no Brasil. Eles foram fundamentais para qualificar esse debate. Por isso que digo que a iniciativa é totalmente importante. Relevante. É importante que as novas gerações conheçam as ideias dos pensamentos de Rangel e Furtado para que a gente possa então aspirar e reverter essa tendência muito ruim que vem prevalecendo em debates sobre desenvolvimento no nosso país”, pontuou.
De acordo com Saturnino Braga, o Maranhão representa uma experiência muito importante, muito oportuna porque está vivendo um momento novo. “Uma política nova com resultados precisos e que se vem casar com nossa disposição de cuidar mais do desenvolvimento regional, além do desenvolvimento nacional, aproveitando essas experiências para debater, para participar, trazer propostas para trazer enfim, a nossa colaboração com o acervo de pensadores que nós temos que são os nossos sócios, professores universitários dedicados à questão do desenvolvimento”, destacou.
Segundo Silvane Magali Nascimento, a inciativa da Fapema consistiu em trazer o pensamento desses dois autores que foram e continuam sendo de grande relevância para o Brasil no sentido de pensar o desenvolvimento econômico, mas fazendo uma relação com as dimensões culturais, sociais e políticas para se pensar o Brasil no contexto mundial enquanto nação, a perspectiva de desenvolvimento no qual o país se inseria naquele momento em que os autores estavam pensando. “Cada um a sua maneira pensava o Brasil a partir daquele contexto, daquela realidade, mas articulando isso mundialmente e pensando o Estado brasileiro. Isso foi importante à medida que nos instiga que nos aponta caminhos e orientações para as nossas práticas acadêmicas, da gestão pública e de governo. Enfim, foi uma iniciativa muito boa, muito importante e que nós só tivemos a lucrar com isso”, finalizou.
A programação de debates sobre o pensamento econômico e social começou desde o dia 27 de novembro com a realização de minicurso “Desenvolvimento regional e atualidade do pensamento de Celso Furtado e Ignácio Rangel” na sede da Fapema.