Pesquisadores farão melhoramento genético de frutas amazônicas

Araca
Por Ivanildo Santos 28 de outubro de 2009

Um projeto para fazer melhoramento genético de frutas amazônicas acaba de ter financiamento aprovado pelo governo federal. O foco inicial são o camu-camu, o taperebá e o araçá, todas frutas com alto teor de vitamina C.Araca

Como explica o coordenador Edvan Alveso, da Embrapa, o trabalho inclui a criação de um banco de germoplasma – um pomar com diversos exemplares de cada espécie, que permitirá a seleção e cruzamento visando à criação de plantas mais apropriadas para a agricultura comercial. “Até o momento não há nada definido para técnicas de propagação (cultivo) dessas espécies. Ainda é extrativismo. Não existe um sistema de produção para essas fruteiras”, aponta.

Também será feita a análise genética dos vegetais, permitindo conhecer a variabilidade de cada espécie e, posteriormente, o emprego da biotecnologia para obter espécimes mais resistentes e produtivos.

“Conhecer a variacamu-camubilidade genética é importante para o melhoramento”, observa Alves. Segundo ele, a pesquisa é uma forma de avançar na domesticação das frutas, que hoje são exploradas ainda de forma rudimentar em comparação a outras espécies melhor dominadas pelo homem. O camu-camu, por exemplo, é encontrado na natureza com teor de vitamina C entre 2000 a 6000 miligramas por 100 gramas de fruta. Com a pesquisa, será possível ter plantas.

Outro passo fundamental da pesquisa, explica o funcionário da Embrapa, será a criação de condições para a produção de mudas em laboratório, proporcionando maior produtividade e qualidade para seu cultivo.

A adaptação das plantas aos diferentes ambientes de Roraima – floresta tropical, cerrado e áreas de transição entre ambos biomas – também será observada. Alves salienta, no entanto, que os resultados obtidos serão úteis para agricutores em toda a Amazônia.

O projeto começa a ser realizado em novembro em Boa Vista por meio de uma parceria da Embrapa Roraima e da Embrapa Amazônia Oriental com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), a Universidade Federal de Roraima, a Universidade Estadual de Roraima e a Escola Agrotécnica de Roraima.