SNCT debate caminhos da arqueologia no Maranhão

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Por Ivanildo Santos 22 de outubro de 2009

Estranhos sinais gravados ou pintados nas pedras, nas paredes das grutas, abrigos, bem como fragmentos de cerâmica, conchas, ossos de animais, aos poucos, recompõem, uma parte de uma história ainda desconhecida. Muitas vezes, juntamente com os objetos e os restos de alimentação, são encontrados ossos humanos muito antigos, testemunho das pessoas que viviam naquele lugar. Tudo isso faz parte de um trabalho minucioso, feito com colheres de pedreiro, pincéis, espátulas, onde tudo é observado, medido, anotado, descrito, desenhado e fotografado.

imagem-semanaaTais assuntos foram abordados durante a palestra “Caminhos Arqueológicos no Maranhão, que aconteceu no dia 21, no Teatro João do Vale, com a pesquisadora Eliane Gaspar, do Centro de Pesquisa em História Natural e Arqueologia do Maranhão.

 

Durante a palestra, a pesquisadora tratou sobre os primórdios da Arqueologia, ressaltando a necessidade da preservação no que se refere às visitas em escavações históricas e/ou coloniais que, muitas vezes, têm se tornado predatórias.

Com um público heterogêneo, formado por pesquisadores, estudantes, funcionários público, empresários, entre outros, a palestra atraiu também curiosos, como foi o caso do mochileiro paulista César Duarte, morador do Centro Histórico há 12 anos.

“Quando houve o monitoramento da rede hidráulica do Centro Histórico, eu ficava observando as máquinas escavando as ruas e todo aquele serviço que era feito pela madrugada, mas na verdade não entendia por que tanto cuidado para resolver um problema hidráulico”, resumiu.

O questionamento do jovem mochileiro logo foi respondido quando Gaspar mostrou em sua apresentação os achados arqueológicos encontrados durante as escavações, como: garrafas de medicamentos, cervejas, vidros de tintas, bonecas de porcelanas e até mesmo escova de dente feita de osso.

“A arqueologia tem por objetivo a reconstituição das culturas humanas, a partir de teorias, métodos e técnicas específicas que analisam os objetos e vestígios materiais, da sociedade estudada. Por isso, sem a arqueologia, o conhecimento de um povo é perdido”, concluiu.