Nobel para fibra óptica e semicondutores
Três cientistas dividiram o prêmio Nobel da Física por dois trabalhos sobre fibras ópticas e semicondutores. Charles Kao, Willard Boyle e George Smith são responsáveis por “criar várias inovações práticas para o cotidiano”, segundo comunicado do comitê organizador, feito nesta terça-feira (6/10).
Os estudos desenvolvidos pelos cientistas envolvem fotografia digital e auxiliam na interligação mundial por meio dos cabos de fibra óptica. Charles Kao foi mencionado por sua pesquisa que envolve transmissão de luz em fibras ópticas, enquanto Willard Boyle e George Smith foram premiados pela invenção do circuito semicondutor conhecido como sensor CCD.
Nascido em Xangai, na China, com cidadania norte-americana e britânica, Kao ficou com metade do prêmio. O cientista, que atua no Reino Unido, fez uma descoberta em 1966 que demonstrou como transmitir luz por longas distâncias a partir de cabos de fibra ótica, permitindo as chamadas telefônicas e a troca de dados via internet de alta velocidade em todo o mundo.
Já Boyle, que tem dupla cidadania dos Estados Unidos e do Canadá, e o norte-americano Smith dividiram a outra metade. Ambos atuam nos Laboratórios Bell, nos Estados Unidos, e trabalharam juntos na invenção do chip CCD (charge-coupled device, na sigla em inglês), o “olho” da câmera digital.
Prêmio de Medicina
O prêmio para os físicos é o segundo Prêmio Nobel concedido neste ano. O primeiro foi para medicina, divulgado na segunda-feira (5/10). Três cientistas dos Estados Unidos venceram o Nobel de medicina pela descoberta de como os cromossomos são copiados e protegidos contra a degradação.
Elizabeth Blackburn, australiana de nascimento, Jack Szostak, britânico de nascimento, e Carol Greider conquistaram o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,42 milhão), segundo o Instituto Karolinska.
Cada um receberá um terço do prêmio em dinheiro de US$ 1,4 milhão por seus estudos iniciados na década de 1980 sobre “como os cromossomos são protegidos pelos telômeros e pela enzima telomerase”.
Os telômeros são estruturas que ficam nas extremidades dos cromossomos e protegem o material genético da degradação durante o processo de cópia e divisão celular. Elizabeth Blackburn, de 61 anos, e Jack Szostak, de 57 anos, foram os primeiros a demonstrar a importância dos telômeros para evitar o deterioramento dos cromossomos. Hoje se sabe que a redução no tamanho dos telômeros leva à senilidade das células.
Mais informações: http://nobelprize.org