Fapema discute a criação de cursos em formato associativo
A reunião contou com a participação de reitores e pró-reitores de universidades do Maranhão
No Brasil, em regiões menos desenvolvidas, isoladamente, as Instituições de Educação Superior (IES) contam com grupos de pesquisa qualificados e produtivos, porém ainda apresentando lacuna de experiência em pesquisa ou orientação para garantir o desenvolvimento de novos cursos de pós-graduação de forma autônoma. A União da competência científica regional, tendo como base cursos projetados com participação de duas ou mais IESs permite uma ascensão gradual da competência dispersa nas Instituições de Educação Superior menores que, isoladamente, a curto ou médio prazo, não poderiam constituir cursos de pós-graduação competitivos.
Com base nessa realidade, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) promoveu uma reunião que contou com a participação dos reitores e pró-reitores das universidades Federal e Estadual do Maranhão, do Uniceuma e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA). O objetivo foi discutir aspectos relativos à parceria entre as IES para que possibilitem a criação de cursos de caráter acadêmico ou profissional em forma associativa.
Essa nova modalidade tem sido objeto de análise e regulamentação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC), além de aspectos específicos sobre a avaliação de propostas e do desempenho desses cursos terem recebidos especial atenção pela Diretoria de Avaliação (DAV) e Conselho Técnico e Científico da Educação Superior (CTC-ES). Para estes cursos serem enquadrados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) nesta categoria especial associativa, as responsabilidades e atribuições das instituições associadas devem ser compartilhadas e a concepção de sua proposta apresentar especificidades que garantam todos os requisitos de qualidade, adequado funcionamento e estabilidade do curso. “Para que isso ocorra é necessário que se discuta, para identificar pontos de interesse e definir formas de trabalho para que possamos avançar nesse trabalho em conjunto”, destacou o diretor-presidente da Fapema, Alex Oliveira.
O professor Edson Nascimento, um dos idealizadores do curso de Engenharia da Computação da Universidade Estadual do Maranhão, destacou que um dos passos fundamentais está sendo dado com a reunião dos representantes das universidades. “Reconhecer a necessidade de integração para a superação das dificuldades no campo educacional é indispensável para que se tenham soluções para o problema”, enfatizou ele, que destacou, também, a necessidade de não apenas criar, mas manter projetos de parceria. “Se começarmos a trabalhar em associação só temos a ganhar, pois teremos à disposição não apenas espaços físicos, mas profissionais habilitados”.
A parceria também foi destacada como positiva pelo reitor do Uniceuma, Saulo Martins. “No Maranhão temos carências em diversas áreas e a pesquisa é uma delas. Então, se podemos resolver esse problema em conjunto, por que não trabalhamos em associação?”, provocou.
Um ponto bastante discutido durante a reunião foi a necessidade de uso das tecnologias educacionais por professores do ensino Básico e IES da rede pública e privada, como resposta a uma demanda reprimida regional/nacional, em consonância com a situação caracterizada pelo Plano Nacional de Pós-Graduação 2011-2020 do Governo Federal. “A instrumentalização de professores no campo da tecnologia é fundamental”, destacou Alex Oliveira, o que foi, também, destacado pelo professor de Engenharia da Eletricidade, Sofiane Labidi, ex-presidente da Fapema. “Hoje temos em sala de aula alunos do século XXI que demandam por novas formas de educação. Temos que acompanhar esse processo”.
Os participantes da reunião se comprometeram a realizar um novo encontro, para discutir a criação de uma comissão para trabalhar o tema, como para criar uma Carta de Intenção. “Estamos pré-agendados para a próxima semana”, revelou Alex Oliveira.