Estudo busca estimular o uso e difusão da língua de sinais em ambientes digitais

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Por Ivanildo Santos 9 de agosto de 2015

 

lingua de sinais33Os sinais específicos do Maranhão utilizados pelas comunidades surdas é foco de pesquisa da professora, Maria Nilza Oliveira, da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), que trabalha no projeto “Os Sinais Maranhenses da Língua de Sinais Brasileira: contribuições para seu uso e difusão em ambientes digitais”. O estudo visa ampliar as possibilidades de uso e difusão da LIBRAS, tanto para deficientes auditivos quanto para ouvintes que se interessem pelo aprendizado desta língua sinalizada.

O projeto, que é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do Edital Universal, faz um levantamento dos sinais utilizados por essas comunidades maranhenses para a partir do que for levantado formar um banco de dados em ambiente digital de acesso livre na internet. Como resultado da pesquisa espera-se, ainda, desenvolver a arquitetura de um dicionário digital, com sinais próprios do Maranhão.

A professora comenta que com o uso do computador e da internet emergiu uma nova dimensão às possibilidades comunicativas dos surdos, e a informática começou abrir novos horizontes a eles. “A democratização do computador e da internet contribuiu para que estas pessoas que utilizam a língua brasileira de sinais ingressassem no universo das mídias digitais. Percebeu-se que uma tecnologia que explora o campo visual poderia contribuir para seu processo inclusivo”, destaca Nilza Oliveira.

O desenvolvimento da arquitetura de um dicionário digital, com sinais próprios do Maranhão, pode vir atender a uma necessidade que há muito tempo vem sendo reclamada pelos surdos e pelos intérpretes de libras, por representar a possibilidade de favorecer a interação comunicativa entre seus pares de forma mais eficaz, como destaca a professora.

lingua de sinaissA iniciativa, segundo a pesquisadora, visa estimular o uso e difusão da língua de sinais, bem como dar suporte ao processo de ensino e aprendizagem deste tipo de linguagem no estado e, possivelmente, se tornar um referencial de busca e pesquisa na área.

TRABALHO

O trabalho faz parte das atividades do Núcleo de Pesquisa em Ensino e Tecnologias Simbólicas, do Departamento de Letras, do irCentro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão.

“Consideramos relevante tal iniciativa, pelo fato de não termos identificado nenhum registro nos espaços digitais, e nem impresso que disponibilize essas informações as quais possam dar suporte ao processo de aprendizagem dos sinais, usados em situações específicas do cotidiano dos surdos do Maranhão”, destaca Nilza Oliveira. “A inexistência de trabalhos nessa perspectiva dificulta o processo inclusivo das pessoas surdas. Hoje é possível o desenvolvimento e socialização de iniciativas nesse âmbito, em função das possibilidades que a internet apresenta”, completa a professora.

Os deficientes auditivos, observa a professora, na maioria das vezes ficam excluídos desses espaços digitais pela impossibilidade de compreender a linguagem utilizada em grande parte das interfaces.”O tipo de linguagem usada nesses ambientes pode comprometer a qualidade da interação dos indivíduos surdos. É inegável a importância das novas tecnologias por apresentar um universo de conhecimentos que circulam em tempo real na sociedade, e os surdos, como sujeitos sociais, não devem ser impedidos de ter acesso a elas”, analisa Nilza Oliveira.

Nesta etapa do trabalho a pesquisadora contou que está sendo realizado o levantamento bibliográfico referente ao objeto de estudo e concomitante está sendo coletado os sinais referente as classes de sinais nos municípios maranhenses, bairros de São Luís, instituições educacionais do Maranhão, cultura popular, comidas típicas, locais de lazer, gírias, pontos turísticos, instituições públicas (supermercados, shopping) nos municípios São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar. Posteriormente, serão realizadas coletas nos municípios de Santa Inês, Imperatriz, Caxias, Açailândia e Itapecuru Mirim, segundo informou a pesquisadora.