Projeto analisa os efeitos da poluição sonora na dinâmica de São Luís
Os “Efeitos da Poluição Sonora na Dinâmica de São Luís” estão sendo estudados pelo professor José de Arimatea Abreu, do Colégio Universitário (Colun). O estudo, que visa identificar fontes emissoras de ruídos, o nível de pressão sonora e as consequências dessa pressão para população, comprova a existência de alto grau de poluição sonora nas avenidas João Pessoa, Jaime Tavares e Colares Moreira, no Renascença, e mais especificamente, em frente ao Shopping Tropical.
De acordo com relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), 210 mil pessoas morrem de infarto todos os anos devido ao som elevado. A contaminação por ruídos, segundo demostra a pesquisa, apesar de ser detectada, passa praticamente despercebida, embora tenha se observado que a maioria da população que frequenta a área, consegue relacionar os problemas físicos e psicológicos com a poluição sonora, como: dores de cabeça, fadiga, estresse, perda de concentração e irritação.
Com o apoio da FAPEMA, por meio do Edital Prociência, o trabalho constatou que na avenida João Pessoa, no bairro do João Paulo, as principais fontes de ruídos são os sistemas de som fixados nos postes, as caixas de som que ficam nas portas das lojas e o tráfego de veículos. Nesse local os ruídos atingiram uma média elevada, registrando 72,77 dB, 7,77 dB (decibéis) acima do permitido que é de 65 dB.
Já a avenida Jaime Tavares (Praia Grande) tem como principal fonte poluidora o tráfego de veículos, com média de 69,81 dB, 4,81 dB a mais do determinado por lei. A avenida Colares Moreira apresenta média de 69,07 dB, 4,07 acima verificado na Lei do Silêncio e, com um trafego intenso de automóveis, tem como principal fonte de emissão de ruídos os veículos.
A partir do trabalho, segundo informou o professor, pretende-se apresentar algumas alternativas para a solução ou amenização do problema. “Uma das sugestões é a implementação de um único sistema de som para as atividades comerciais, caso avenidas João Pessoa, que atenda os limites de níveis de decibéis exigidos pela Lei do Silêncio e tendo caráter também de utilidade pública”, diz o Arimatea.
Outra medida que contribuiria para diminuição da poluição sonora, de acordo com Arimatea, seria a redução da circulação de veículos na área que abrange as avenidas estudadas, principalmente veículos de grande porte.
“Algumas outras ações podem ser levantadas para amenizar a emissão de ruídos pelos veículos, como fiscalizar as condições de conservação dos veículos, limitar a velocidade, evitar o uso excessivo de buzina, regular o motor e não acelerar o carro quando parado”, destaca o professor, acrescentando ainda a relevância de uma maior ação do poder público e aplicação da Lei do Silêncio e a implantação nas escolas de projetos educacionais e campanhas junto à sociedade que enfatizem a importância da preservação e equilibro ambiental.
O professor conta que estudos anteriores detectaram que o principal centro comercial de São Luís (Rua Grande e adjacências) apresenta um alto grau de poluição sonora, chegando 88 dB na área, quando o aceitável é de 65 dB, segundo o padrão estabelecido pela Lei do Silêncio para a localidade.
Metodologia
Para a realização do trabalho foram selecionadas áreas que apresentam um grande fluxo de veículos e intensa atividade comercial. Levantamento de dados “in loco” é feita por meio de medições de ruídos e identificação de suas fontes emissoras. Esse levantamento de dados é realizado a partir de pontos distintos ao longo das avenidas, pelo menos três pontos em cada. As medições são realizadas com decibelímetro, aparelho que verifica o nível de emissão de ruídos.
São aplicados questionários, sendo três tipos diferentes, tendo como atores sociais envolvidos os transeuntes, comerciantes, comerciários e motoristas. A técnica empregada é a partir da amostragem aleatória simples. O objetivo da aplicação dos questionários é de constatar de forma humanizada qual o grau de percepção dos indivíduos sobre a poluição sonora, se os mesmos identificam quais as fontes poluidoras, quais os problemas fisiológicos e psicológicos causados com essa poluição e quais as ações mitigadoras apontadas por ela.