Acupuntura representa alternativa para o tratamento da enxaqueca
A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça muitas vezes confundida com outros tipos de cefaleia. Caracteriza-se por ser uma dor unilateral, latejante, com crises que podem variar de 4 horas até 72 horas, podendo até mesmo ser diária.
Em casos crônicos, o paciente que sofre dessa patologia tem a qualidade de vida comprometida, ausentando-se muitas vezes do convívio social ou das atividades profissionais.
O problema da enxaqueca afeta cerca de 15% dos brasileiros e o tratamento tradicional com uso de medicamentos ainda é o mais explorado. Porém, os efeitos colaterais, o aumento da tolerância e o uso abusivo e sem prescrição de remédios, somado aos custos gerados pelo tratamento convencional, tornam necessária a busca por terapias alternativas, segundo pontua a médica Cristiane Fiquene Conti.
A pesquisadora da Universidade Federal do Maranhão é responsável pelo projeto de extensão “Primeiro Ambulatório de Acupuntura para o Tratamento de Enxaqueca da Universidade Federal do Maranhão”, fomentado pela FAPEMA por meio do edital de Apoio à Extensão – AEXT nº 22/2013.
“A acupuntura é uma técnica milenar já usada na China, e que somente no final do século XIX veio para o Ocidente. Desde então ela se tornou muito investigada sobre sua atuação nas patologias e principalmente no tratamento da dor crônica. Já sabemos que as bases científicas da acupuntura estão relacionadas à neuromodulaçao do sistema nervoso, bloqueando as substâncias que causam dor e liberando substâncias que aliviam a dor, dessa forma ela pode ser muito eficaz no tratamento da enxaqueca”, explica Cristiane Conti.
O objetivo do projeto é oferecer à comunidade a oportunidade de um tratamento de saúde complementar direcionado à enxaqueca, e acrescentar à vivência acadêmica o cotidiano da atenção básica de saúde.
A pesquisa é desenvolvida com pacientes diagnosticados com enxaqueca crônica, encaminhados pelo Centro de Especialidades Médicas do Filipinho, e o atendimento é realizado no Ambulatório do Departamento de Morfologia da UFMA.
“Neste projeto de extensão estamos avaliando 20 pacientes que são encaminhados com o diagnóstico de enxaqueca crônica para receber o tratamento com acupuntura. Já conseguimos avaliar metade destes pacientes e constatamos que a maioria responde de forma positiva, com diminuição das crises de dor, bem como redução da necessidade de uso de medicamentos”, destaca a pesquisadora.
Com o projeto, a médica e a sua equipe esperam trazer melhorias à qualidade de vida das pessoas que sofrem rotineiramente com o problema. “Os impactos esperados com o desenvolvimento da pesquisa estão diretamente relacionados à qualidade de vida dos pacientes, já que a dor crônica limita suas vidas. Esperamos que estes pacientes possam retomar suas vidas com normalidade, seu trabalho, lazer e relacionamento social”, finaliza.