Estudo avalia certificação ambiental da soja em Balsas-MA

graos SOJA
Por Ivanildo Santos 5 de fevereiro de 2015

graos SOJAA certificação ambiental da soja começou internacionalmente em 2007, mas na prática ainda é pouco compreendida. De acordo com estudo divulgado pela empresa de consultoria KPMG International, apenas 3% da soja produzida no mundo é certificada.

No Maranhão, esse processo teve início em 2012 e está sendo conduzido pela Fundação de Apoio ao Corredor de Exportação Norte – Fapcen, a partir da conscientização dos produtores sobre a necessidade de uma agricultura moderna e sustentável.

A iniciativa da Fapcen também chegou ao município de Balsas-MA, uma das principais cidades do agronegócio da região do Matopiba – polo agrícola responsável por 10% da produção nacional de soja e que reúne áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Isso motivou Antônio Carlos Reis de Freitas, pesquisador da Embrapa Cocais e professor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), a desenvolver um projeto de pesquisa para avaliar a viabilidade da certificação ambiental da soja em Balsas.

De acordo com Antônio de Freitas, o objetivo do estudo é identificar os perfis dos produtores e níveis de conformidade deles ao padrão de certificação da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS). A RTRS é uma entidade global com aproximadamente 150 membros em todo o mundo – incluindo Brasil, Argentina, Estados Unidos, Índia, China, Singapura e diferentes países europeus -, que visa estimular a produção sustentável de soja, por meio da cooperação e do diálogo aberto com os setores envolvidos.

Para o pesquisador, que desde 2010 está trabalhando com o tema da agricultura de baixa emissão de carbono, esse projeto é muito importante para o estado do Maranhão, uma vez que existe forte demanda ambiental pelo controle do desmatamento ilegal do bioma Cerrado, especialmente nas zonas de expansão da fronteira agrícola baseada na produção de commodities para exportação – caso da região do Matopiba, onde a cidade de Balsas está inserida.

“Com isso, os produtores de soja são estimulados a cumprir a legislação ambiental, trabalhista, a adotar boas práticas agrícolas e promover o desenvolvimento de comunidades rurais no entorno dos seus empreendimentos”, explica Antônio de Freitas, que também é diretor de pesquisa e desenvolvimento da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp-MA).

A coleta de dados para a pesquisa teve início em agosto de 2014, quando os pesquisadores começaram as entrevistas com os produtores da região de Balsas certificados e não certificados pelo padrão RTRS. “Contudo, necessitamos ainda ampliar nossa amostragem, a fim de identificar os gargalos que precisam ser trabalhados para aprimorar e viabilizar a certificação ambiental da soja no estado do Maranhão”, declarou o pesquisador.

A pesquisa do professor Antonio de Freitas está sendo executada pela Embrapa Cocais, em parceria com a Embrapa Soja e a UEMA, por meio do Curso de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Sócio-espacial e Regional (PPDSR). A Fundação de Amparo ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) também apoia o projeto, por meio do edital Universal Nº 001/2013.