Dificuldades dos cadeirantes no centro de São Luís são analisadas em estudo

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Por Ivanildo Santos 16 de janeiro de 2015

acessibilidade-para-cadeirantes 1O último Censo realizado pelo IBGE aponta que no Brasil 45,6 milhões de brasileiros têm pelo menos uma deficiência. Deste total, cerca de 13,2 milhões são pessoas com deficiência motora.

Assim, garantir acessibilidade ao universo de pessoas que utilizam cadeiras de roda para se locomover é uma preocupação hoje e que ganha atenção dos governantes e também de pesquisadores na busca por contribuir para a construção de políticas públicas em benefício da população.

No entanto, é notório que as conquistas alcançadas pelos cadeirantes ainda são pequenas perto dos problemas vivenciados diariamente por eles.

Em São Luís, onde existem 250 mil pessoas com deficiência, ainda segundo o Censo 2010, uma equipe de professores do Departamento de História e Geografia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), sob a coordenação da professora Dra. Hermeneilce Wasti Pereira Cunha, iniciou em 2013 uma pesquisa que tem como foco descrever as condições de acessibilidade urbana em São Luís para a pessoa com deficiência física, com um olhar voltado especificamente para a área central da capital maranhense. A pesquisa tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).

“Neste trabalho estudamos o espaço da cidade que diariamente é visitado ou atraído por sujeitos que possuem ou não deficiência física, e que diariamente recebe um grande número de pessoas. A pesquisa destaca em especial o espaço urbano da Rua Grande, Rua da Paz, do Sol, Rua dos Afogados, Praças Deodoro e Parque do Bom Menino”, conta Hermeneilce.

A pesquisadora explica que o trabalho foi dividido em duas etapas, nas quais se contou com a ajuda de alunos da iniciação cientifica do curso de Geografia da UEMA.

No primeiro momento, segundo ela, foi feito o levantamento bibliográfico e documental da área objeto de estudo, além da identificação das ruas e praças referentes à área da pesquisa, dos registros fotográficos desses espaços e a identificação das barreiras físicas que dificultam a locomoção das pessoas portadoras de deficiência física.

“Na segunda etapa da pesquisa será realizado o geo-referenciamento, com utilização de GPS, dos principais pontos das áreas visitadas para elaboração dos mapas temáticos e posteriormente análise dos dados coletados”, revela.

Resultados – Como resultado preliminar, já foi possível perceber, com base em informações irrefutáveis, que existe uma fragmentação e desarticulação do espaço urbano da capital maranhense.

“Infelizmente, a cidade não foi pensada para todos. Quando eu e alguns alunos da iniciação científica fomos a campo percebemos a dificuldade de trilhar pela área central da cidade.

Imagine um cadeirante fazendo o percurso da Praça Deodoro até o final da Rua da Paz! Fica difícil para a pessoa com deficiência garantir o seu direto de ir e vir na cidade de São Luís”, observa Hermeneilce.

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Durante a pesquisa, que deverá ser concluída em setembro deste ano, foram identificadas as barreiras enfrentadas pelos cadeirantes que circulam na área central da cidade de São Luís, e a forma como elas limitam a mobilidade e a acessibilidade das pessoas.

Dentre essas muitas barreiras, a pesquisa aponta para as calçadas ocupadas por vendedores ambulantes e veículos particulares, guias não rebaixadas, rampas muito inclinadas ou inexistentes, ruas cheias de buracos, dentre outros.

A pesquisa recebeu apoio da Fundação por meio do Edital Universal de 2013. Segundo Hermeneilce o financiamento é de fundamental importância para a pesquisa, uma vez que com os recursos foi possível equipar o laboratório do grupo de pesquisa, o GEDEDRS (Grupo de Estudo em Desenvolvimento Regional e Sustentabilidade).

“Equipamentos como GPS, gravadores, computadores, impressoras, máquina fotográfica são instrumentos importantes para o nosso trabalho, e foi justamente com os recursos financeiros da FAPEMA que conseguimos esses instrumentos”, concluiu.