Projeto busca bioatividade de proteínas obtidas do pinhão manso
Uma pesquisa buscou responder algumas indagações a respeito das potencialidades e o melhor aproveitamento da planta pinhão manso (Jatropha curcas l.), pertencente à família Euphorbiacea, e encontrou uma alternativa promissora para o tratamento da toxoplasmose.
Essa pesquisa conquistou o Prêmio FAPEMA 2013, na categoria tese de doutorado, modalidade Ciências Biológicas, e foi desenvolvida pela professora doutora em biotecnologia da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Alexandra Martins dos Santos Soares.
Com a intenção de promover um intercâmbio de tecnologias, o trabalho foi feito em três estados: Ceará, Rio de Janeiro e Maranhão. Aqui, o trabalho foi desenvolvido no laboratório de Imunofisiologia da UFMA, coordenado pela professora Flávia Raquel Fernandes do Nascimento.
De acordo com a doutora Alexandra Soares, os resultados apontam que o extrato da torta do pinhão manso tem “potencial para o tratamento da toxoplasmose”.
E ainda, destaca-se a ação citotóxica de uma proteína purificada da torta das sementes do pinhão manso, ou seja, a capacidade de destruir células tumorais.
O trabalho investigou a ação antimicrobiana dos extratos protéicos da torta de pinhão manso sobre fungos, bactérias, células tumorais e o Toxoplasma gondii (protozoário causador da toxoplasmose).
A toxoplasmose é uma doença infecciosa que pode ser adquirida pela ingestão de carnes cruas ou mal passadas e de vegetais.
A contaminação desses alimentos ocorre após o contato com as fezes de animais, destaque, nesse quesito, para gatos ou outros felinos.
Os sintomas mais comuns dessa doença são: manchas pelo corpo, cansaço, dores no corpo e dificuldade para enxergar. Em algumas situações, a toxoplasmose pode ainda ser assintomática.
O toxoplasma infecta cronicamente um terço da população mundial, causando danos em diversos órgãos do corpo humano, principalmente no sistema nervoso central.
“Por isso, a relevância do trabalho em buscar alternativas ao uso de um subproduto industrial e tornar o pinhão manso ainda mais promissor no desenvolvimento de novos fármacos com diferentes ações terapêuticas”, relata Alexandra Soares
“O estudo sobre produtos naturais e sua ação em diferentes alvos não é uma novidade. O diferencial do projeto é buscar a bioatividade de proteínas obtidas das plantas, no caso, do pinhão manso”, destacou Soares.
Esse trabalho está na fase de preparação de artigos científicos para publicação em revistas internacionais. Para isso, uma patente com resultados obtidos já foi depositada.