Estudo prevê uso de tecnologias alternativas para produção de alimentos orgânicos no Maranhão

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Por Ivanildo Santos 5 de maio de 2014

hortaUma das exigências do cultivo orgânico é o controle de doenças de plantas. Mas esse controle tem que ser realizado de forma sustentável, isto é, sem a utilização de agrotóxicos. Foi partindo dessa necessidade que a professora Ilka Márcia Ribeiro de Souza Serra, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), resolveu – com o apoio da FAPEMA – pesquisar o uso de tecnologias alternativas para controlar doenças de hortaliças no sistema de produção orgânica no estado.

De acordo com a pesquisadora, apesar de a produção orgânica no Maranhão ainda ser incipiente, é importante mostrar aos pequenos agricultores maranhenses, e também àqueles que querem implantar o cultivo orgânico, medidas diferenciadas para minimizar as perdas causadas por microrganismos patogênicos, estimulando o abandono de fungicidas e nematicidas.

“Nosso objetivo é fornecer uma metodologia inovadora de controle das principais doenças de hortaliças em sistema de cultivo orgânico, como alface, tomate, pimentão, pimenta e quiabo, através da aplicação de diferentes indutores naturais”, explicou a professora.

Na tentativa de descobrir a dosagem correta, a época ideal e os indutores mais eficientes para utilização no manejo de doenças em hortaliças, a professora Ilka Márcia e seu grupo testaram, em casa de vegetação, os produtos Rocksil, Protsyl, Neemseto, Quitosana e Biopirol, considerados produtos naturais indutores de resistência. Eles foram utilizados em diferentes dosagens e épocas de aplicação. Os resultados obtidos foram surpreendentes.

De acordo com a pesquisa, foram Identificados pelo menos dois indutores capazes de reduzir em no mínimo 80% a severidade das doenças fusariose do quiabeiro, cercosporiose da alface e antracnose em pimentão, pimenta e tomate, além de outras doenças de hortaliças. E mais: a experiência também permitiu o aumento de até 20% da produtividade de hortaliças com o uso de resíduos orgânicos em propriedade onde ocorre meloidoginose.

Para professora Ilka Márcia, que trabalha com essa linha de pesquisa desde 2007, os resultados mostraram que o trabalho conseguiu alcançar suas metas, disponibilizando para sociedade científica dados relevantes sobre o uso de indutores naturais de resistência no controle de doenças em hortaliças no estado. “Pretendemos levar essas tecnologias para todos os municípios produtores do Maranhão, como forma de garantir ao produtor familiar o controle sustentável de doenças em hortaliças”, declarou.