Odontólogo busca solução para prolongar durabilidade de restaurações dentárias
A indústria odontológica tem acompanhado a evolução tecnológica. Novos métodos, produtos e materiais estão sendo desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida e a estética de quem tem problemas dentários.
Exemplo disso é a pesquisa “Métodos que visam maximizar os valores de resistência de união e prolongar a longevidade dos sistemas adesivos”, realizada pelo Prof. Dr. José Roberto de Oliveira Bauer, da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, e apoiada pela FAPEMA, por meio do edital Universal.
O pesquisador explica que, quando há perda de tecido dentário, a função do dente precisa ser restabelecida para que o processo carioso não evolua para uma infecção de canal e culmine na perda do dente e, até, em risco de vida. Vê-se aí a importância da longevidade das restaurações dentárias.
“Assim, o objetivo da pesquisa é aumentar a sobrevivência clínica das restaurações realizadas com adesivos dentinários, utilizados para fazer a união do tecido dentário com a resina”, comenta José Bauer, que é Mestre e Doutor em Materiais Dentários pela USP de São Paulo.
O dente possui dois tipos de tecido, o esmalte (parte externa) e a dentina (parte interna). A aplicação do adesivo no esmalte é bem-sucedida. O grande desafio é fazer com que o adesivo seja tão eficiente quando aplicado à dentina também.
“O foco é melhorar essa união ao longo do tempo porque, imediatamente, ela é perfeita, mas depois o adesivo vai degradando em função da água que existe no interior da dentina”, detalha Bauer.
De acordo com o dentista, a “fragilidade” da restauração com adesivos deve-se a uma simplificação do procedimento, antes feito em três passos.
“Hoje, já conseguimos fazer restaurações com apenas um passo. Sabemos que temos um problema e precisamos descobrir como contorná-lo. Uma maneira é potencializar a estabilidade química do sistema adesivo, aumentando o número de camadas, o tempo de aplicação ou o tempo de fotoativação (luz que melhora a taxa de conversão do adesivo)”, conta José Roberto de Oliveira Bauer.
“Já obtivemos bons resultados. Conseguimos uma estabilidade química ao aumentarmos o número de camadas dos adesivos e potencializamos o resultado com um maior tempo de fotoativação”, enfatiza o pesquisador.
A pesquisa, iniciada em 2009, conta com a parceria da Universidade de São Paulo – USP e da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG.