Seminário de Avaliação do PPSUS: pesquisa apresenta características de Síndrome Metabólica em universitários
Elevados níveis de glicose no sangue, taxa alta de colesterol ruim, excesso de peso ocasionado pelo sedentarismo. Uma pesquisa identificou esses problemas em uma parcela da população que antes, não se imaginaria que estivesse enfrentando essas deficiências: os jovens. Mas um estudo desenvolvido em universidades públicas e particulares do Maranhão comprovou que é cada vez maior o número de jovens que colocam a saúde em risco por conta de maus hábitos alimentares.
Foi a essa constatação que chegou o pesquisador Antônio Augusto Moura da Silva, Prof.º Dr. em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP) que desenvolveu o projeto “Síndrome metabólica e resistência insulínica em universitários em São Luís – MA”, cujos resultados foram apresentados durante o Seminário de Avaliação de Projetos do PPSUS, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA – em São Luís.
De acordo com o levantamento realizado pelo pesquisador, os homens estão mais suscetíveis a esse problema do que as mulheres. Em todas as variáveis cardiovasculares eles têm desempenho pior, exceto no sedentarismo, já que elas se exercitam menos.
O fato constatado é que o comportamento das moças e rapazes é afetado pela vida corrida e por mudanças de hábitos que interferem, por exemplo, na alimentação correta. “Comer rápido e em fast-food, significa quase sempre ingerir uma alimentação ruim e fraca em nutrientes. E isso poderá provocar o aumento dos lipídios no sangue, o aumento da pressão arterial entre outros riscos”, observou Antônio Augusto.
Esses problemas contribuem para produzir o que ele identificou como Síndrome Metabólica, que é um conjunto de fatores de risco cardiovascular que vão colaborar também para criar no organismo uma resistência insulínica, que pode ser o prenúncio de um possível diabetes nos jovens. “Ou seja, isso aponta no futuro para uma epidemia de doença cardiovascular, caso não se faça nada para evitar essas mortes prematuras que são evitáveis”, alerta o pesquisador.
Segundo o analista do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde – DECIT – Luiz Marques Campelo, as pesquisas apresentadas pelo PPSUS servem exatamente para incorporar seus resultados ao Sistema Único de Saúde (SUS), fazendo com que os projetos financiados venham a trazer melhorias em saúde e em qualidade de vida para a população. “O trabalho não é apenas para aprimorar conhecimento ele é uma pesquisa de inovação social para melhorar o sistema. A nossa expectativa é que a Secretaria de Saúde ciente desses dados possa focar nessa necessidade local”.
Projetos para 2015 – Além dos trabalhos já concluídos, relativos ao PPSUS 2009-2010, cujos resultados estão sendo apresentados, a conferência do PPSUS, que termina nesta sexta, 24, também apresentará novas pesquisas, que serão concluídas somente em 2015.