Suplementação vitamínica nem sempre é necessária

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Por Ivanildo Santos 4 de setembro de 2009

Aproximadamente um terço da população mundial convive com algum tipo de deficiência nutricional. O problema é serio. A escassez de vitaminas e minerais pode provocar inúmeros males, a curto e longo prazo: de anemia, fadiga, cáries, perda de concentração até maior suscetibilidade a infecções, arritmias cardíacas, depressão, osteoporose, hipertensão e câncer. Independentemente de você fazer exercícios regularmente e ter uma alimentação saudável, a disfunção metabólica impede o emagrecimento.vitaminassuplemento

“Para se ter uma idéia, apenas 3 das 26 substâncias indispensáveis para a sustentação da vida são produzidas espontaneamente pelo organismo e ainda assim em quantidades inferiores ao que necessitamos. O restante deve ser buscado na natureza, por meio de uma dieta variada”, observa o geriatra Eduardo Gomes de Azevedo, diretor das Clínicas Anna Aslan.

Azevedo, adepto da terapia ortomolecular, esclarece algumas dúvidas sobre a suplementação vitamínica.

Os americanos são os maiores consumidores de vitaminas, mas, tanto eles como nós, pouco sabemos sobre o funcionamento ou a necessidade desses micronutrientes. É preciso ter muito cuidado com as vitaminas. As lipossolúveis – solúveis em gordura: A, D, E, K – se depositam no organismo, ao contrário das solúveis em água – como as do complexo B e C – que são eliminadas na urina. Doses altas dos dois tipos são capazes de intoxicar o organismo e seus sintomas são muito parecidos com os da deficiência desses nutrientes. A melhor medida é procurar orientação antes de tomar qualquer vitamina, que só deve ser incorporada à dieta a partir de uma indicação médica e em quantidades adequadas. Doses exageradas podem causar danos sérios, como sangramentos e distúrbios neurológicos.

A determinação da dose diária de vitaminas é adaptada para atender às carências nutricionais dos indivíduos saudáveis de ambos os sexos. Excetuando o período de menopausa, quando o organismo feminino solicita níveis maiores de certos nutrientes, até o momento acredita-se que homens e mulheres necessitem quase da mesma dosagem. Por essa razão, a ingestão dietética de referência (DRI, na sigla em inglês) do Instituto de Medicina dos Estados Unidos indica desde o consumo adequado de vitaminas até a estimativa máxima a ser ingerida para todas as pessoas que tenham atividade leve, de acordo com a sua faixa etária.

O excesso de comida industrializada, estresse e poluição podem prejudicar o fornecimento e a absorção dos minerais pelo organismo. É por isso que para alguns pacientes é necessário fazer a suplementação de minerais, sob supervisão médica, pois qualquer nutriente ingerido acima das necessidades recomendadas se torna um medicamento. Doses altas de um determinado mineral podem ser tóxicas, provocando vários efeitos colaterais, como náuseas, tonturas e dores abdominais.

O melhor caminho para organizar cardápios adequados, que satisfaçam as necessidades minerais do organismo é consultar um especialista em nutrição, pois as fontes dessas substâncias são mais restritas que as das vitaminas. Minerais são substâncias que – apesar de inorgânicas em sua constituição, ao contrário do caráter orgânico das vitaminas – participam das ações de várias enzimas de nosso metabolismo. Problemas metabólicos podem ser uma das causas do excesso de peso. Isso significa que, independentemente de você se exercitar e ter uma alimentação saudável, quando faltam determinados minerais no seu organismo o metabolismo fica mais lento e você não emagrece. Para favorecer a perda de peso, a presença dos minerais na dieta é indispensável.

A simples inclusão de minerais na dieta não garante o emagrecimento. Sozinhos, não emagrecem ninguém. A perda e a manutenção do peso dependem de uma série de fatores, como mudar os hábitos alimentares, moderar nas porções e fazer exercícios. Os minerais que mais favorecem o equilíbrio metabólico são cromo, selênio, magnésio, potássio, zinco e vanádio. Também participam da digestão dos carboidratos, das proteínas e das gorduras. Sem eles, a insulina não consegue agir direito, o que complica o transporte do açúcar para dentro das células. Ou seja, o açúcar que sobra circulando no organismo é transformado em gordura e armazenado, formando culotes e pneuzinhos. Outro inimigo do emagrecimento saudável são os metais tóxicos. Quando transitam pelo organismo além da dose suportável, eles também contribuem para o aumento de peso. O chumbo, por exemplo, retarda o metabolismo lento e pode provocar depressão.