Pesquisa busca o extrativismo sustentável da ostra em Raposa
O cultivo da ostra é uma atividade pouca explorada no país, mas quando bem estruturada pode gerar boa renda a muitas famílias da área litorânea brasileira. E, para que mais produtores maranhenses sejam beneficiados com a produção da ostra, uma pesquisa contribuiu com o desenvolvimento da cultura de maneira sustentável por meio da economia solidária no município de Raposa.
Esse projeto é desenvolvido pela professora do Instituto Federal de Maranhão – IFMA, Izabel Cristina da Silva Almeida Funo, que recebeu recursos financeiros da Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, por meio do edital de Apoio a Projetos de Extensão – AEXT.
O extrativismo da ostra no município de Raposa encontra-se esgotado e, por conta disso, o projeto incentiva pescadores a desenvolver o cultivo do molusco por meio de capacitações e assim, promover atividades independentes que são chamadas de autogestão. Nesse município, boa parte das famílias vive do pescado e a produção da ostra é uma alternativa a pesca artesanal que possibilita o aumento da renda familiar.
“Essas famílias têm uma renda muito baixa e geralmente quem trabalha com o cultivo familiar visa complementar renda com a venda para turistas e mesmo hotéis. Os homens fazem o cultivo e as mulheres fazem o manejo diário e isso gera um complemento de renda, dependendo da estrutura que tem a família, de até R$ 500,00 a 600,00, e pode chegar até mais que isso. Então, funciona, sim, como complemento de renda ou melhoria da qualidade de vida daquela comunidade”, avaliou a professora.
Segundo Izabel Almeida, a atividade produtiva no Maranhão é muito recente até mesmo para os pescadores da Raposa. “Já temos uma família que desenvolve a atividade, mas de maneira muito rudimentar, e nós estamos tentando melhorar esse cultivo, que é feito ao longo de seis a nove meses, onde pegamos a semente de ostra no estuário e cultivamosaté alcançar o tamanho ideal para ser comercializado”, disse.
O projeto da criação de ostras envolve professores e alunos do Ensino Técnico em Aquicultura e Superior em Ciências Agrárias do IFMA, em parceria com o departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e a comunidade local. Essa fase corresponde ao planejamento participativo que faz análise de todas as etapas do projeto.
“Posteriormente, a gente vai fazer o mapeamento biorregional, que permite que os membros da associação façam seu próprio mapa através do seu conhecimento tradicional e a partir daí comece a autogerenciar seu planejamento e desenvolvimento. Logo em seguida vem a implementação das ações de maneira compartilhada entre o IFMA e as famílias que estão sendo contempladas pelo projeto, onde, agora, começamos a fazer as capacitações técnicas, que é passar a tecnologia de cultivo para essas comunidades, atividades práticas de demonstrações de como é feito o manejo e o cultivo das espécies”, explicou a pesquisadora.
Os resultados da pesquisa podem dar origem a um material didático para ampliar a criação de ostra em outros municípios localizados no litoral maranhense. A avaliação vai ocorrer ao longo de todo processo de cultivo do molusco, analisada pela equipe técnica e os produtores. Isso permitirá saber se as ações foram devidamente desenvolvidas e alcançadas.
Benefícios – De acordo com especialistas, a ostra tem um grande potencial nutritivo, contendo fósforo, cálcio, ferro, iodo, glicogênio e vitaminas A, B1, B2, C e D. O molusco possui ainda grande concentração de proteínas, contribuindo para manter os sentidos aguçados, além de ter também o zinco, elemento importante para produção de sêmen nos homens, além de sua capacidade de combater anemias e para recomposição nutricional de tuberculose, osteoporose e falta de apetite.
Essa pesquisa também está disponível no Rádio Inovação.