Pesquisa investiga epidemiologia da esquistossomose em cidade da Baixada Maranhense

esquistossomose caramujo 01
Por Ivanildo Santos 13 de junho de 2013

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O Ministério da Saúde está na última etapa da coleta de dados que vai determinar o perfil epidemiológico da esquistossomose no Brasil. A doença é um grave problema de saúde pública no país e está presente em dezenove estados brasileiros. O Maranhão faz parte desse levantamento com vinte e dois municípios sendo investigados. Só na capital, São Luís, ao menos 4.300 exames serão realizados.

Nos últimos dois anos, de acordo com o Ministério da Saúde, foram confirmados 119 casos de esquistossomose no estado. Em São Bento, município da Baixada Ocidental Maranhense, distante 300 km de São Luís, a incidência é elevada. Para estudar os fatores que estão envolvidos na manutenção e transmissão da esquistossomose na cidade, a pesquisadora Ana Lucia Abreu Silva, iniciou o estudo da “Ecoepidemiologia da Esquistossomose na cidade de São Bento”.

A execução do projeto foi iniciada no segundo semestre de 2011 e tem como premissa controlar as alternativas para promover o controle da doença. Financiado pela Fundação de Amparo à pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, o trabalho tem o envolvimento de vinte e um pesquisadores, incluindo os doutores Neuton da Silva Souza e Lígia Thaicka, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Péricles Sena Rosa, da Universidade Federal do Pará (UFPA), além de mestres e graduandos.

A pesquisa está sendo desenvolvida através de visitas mensais aos bairros do município, para realizar a coleta de caramujos, roedores e fezes humanas. Após a colheita é feita uma análise e, em seguida, a organização desses dados obtidos. Através dessas coletas mensais já foi possível, por exemplo, identificar as localizações dos criadouros naturais dos caramujos, determinando os focos de criação. “Foi possível obter uma grande quantidade de amostras de fezes coletadas de humanos residentes próximos aos criadouros naturais de moluscos, as quais a partir da análise confirmaram a presença da parasitose na região”, explicou Ana Lucia Abreu.

Os pesquisadores justificaram que a educação precária e o saneamento básico inexistente, além do fato do município ser caracterizado por apresentar um ambiente alagado, são fatores que favorecem a disseminação dos transmissores da doença. Por isso, eles apostam na próxima etapa do projeto. “A etapa mais importante será a de educação sanitária, em que iremos até a comunidade, em especial às escolas, orientar sobre as formas de transmissão e controle da doença”, disse Ana Lucia.

O projeto de pesquisa foi aprovado pela FAPEMA no edital REBAX/FAPEMA Nº 032/2010. Para a pesquisadora “o apoio da UEMA foi imprescindível para a formação de recursos humanos: sendo um doutor e a dois mestres. Além disso, permitiu a consolidação da linha de pesquisa do Departamento de Química e Biologia” o trabalho está em sua última etapa e deve ser concluído nos próximos seis meses. Diante das constatações da pesquisa, o projeto deverá ser expandido.