FINEP apoia uso de materiais alternativos para casas populares
A FINEP está financiando uma pesquisa de desenvolvimento de painéis alveolares modulares, utilizando materiais alternativos, para a construção de moradias populares. A iniciativa é parte do Programa de Tecnologia da Habitação (Habitare). Os painéis alveolares são placas de concreto geralmente usadas na construção civil como paredes ou lajes. O diferencial da pesquisa feita na Escola da Engenharia de São Carlos (EESC) é que os alvéolos do interior dos painéis servirão para embutir os componentes das instalações elétricas e hidráulicas usadas na construção. Além disso, serão utilizados laminados de Tetrapak prensados para a fabricação das lâminas que formam os alvéolos do painel.
A meta é ampliar o uso da tecnologia de painéis alveolares para a habitação de interesse social, oferecendo a empreendimentos de caráter popular os benefícios da racionalização e pré-fabricação da construção. Os estudos são realizados a partir do projeto “Soluções Tecnológicas Modulares para Habitação de Interesse Social”, desenvolvido em uma parceria entre a Escola Politécnica, a Escola de Engenharia de São Carlos e a Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP.
De acordo com o coordenador do projeto, o professor Osny Pellegrino Ferreira, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos, a pesquisa leva em conta as vantagens dos painéis alveolares e o desafio de substituir seu elevado grau de industrialização, dependente de maquinários de alta tecnologia.
O professor afirma ainda que já foi fechada uma parceria com duas empresas, uma que fabrica o laminado de Tetrapak prensado (Ibaplac) e outra que produz as barras de reforço em fibra de vidro (Tecnun). A ideia é fazer os painéis diretamente nos canteiros de obra, nas construções por sistema de mutirão, com grande produtividade e qualidade final. “Seria possível, por exemplo, fazer uma produção seriada: produzir as lâminas que compõem os alvéolos do núcleo, posicionar as instalações hidráulicas e elétricas no seu interior, fechá-las, reforçar com armaduras de fibra de vidro e introduzir na forma para concretagem dos painéis”, explica.
O estudo prevê também o uso dos detritos resultantes da produção de aço, ou de materiais provenientes de outros setores, em substituição à brita, para a incorporação ao concreto. A estimativa é que a iniciativa possa reduzir em 40% o volume de concreto utilizado, além de economizar mão de obra.