CNPq e Finep financiam estudo sobre doenças cardiovasculares e diabetes

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Por Ivanildo Santos 21 de agosto de 2009

As doenças do aparelho circulatório representam a principal causa de morte no país. Segundo o Ministério da Saúde ocorrem 300 mil mortes e mais de um milhão de internações por ano. Acredita-se que a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, quinta causa de morte no Brasil, são os principais fatores de risco. A hipertensão acomete aproximadamente 35% da população acima dos 40 anos e, na mesma faixa etária, 11% dos brasileiros sofrem de diabetes. O gasto anual com essas doenças chega a R$ 684 milhões: R$ 475 milhões com internações e R$ 209 milhões na compra de medicamentos.

Para conhecer melhor os fatores que influenciam os diversos aspectos associados ao desenvolvimento das doenças, um estudo acompanhará 15 mil servidores, entre 35 e 74 anos de idade, ativos e aposentados, pertencentes a seis instituições de ensino e pesquisa de vários estados do país: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro; Universidade Federal da Bahia, Salvador; Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória); Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre e Universidade de São Paulo, São Paulo). O Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA), investigação multicêntrica a respeito das doenças cardiovasculares e do diabetes mellitus, é uma iniciativa inédita e conta com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ambos vinculados ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência e Tdoenca_cardiovascularesecnologia.

Segundo a coordenadora do Estudo na Fiocruz, Dora Chor, o Sistema Único de Saúde (SUS) baseia seus protocolos e diretrizes para ações preventivas em dados gerados por países desenvolvidos. “Considerando-se a carga significativa dessas doenças no SUS e o custo a elas associado, fornecer dados brasileiros para programas preventivos é uma das metas centrais do ELSA”. Os aspectos estudados incluem fatores sociais, biológicos, comportamentais, ambientais, ocupacionais e psicológicos. “Investigar o impacto de desigualdades socioeconômicas e de diversidades regionais na ocorrência dessas doenças, em um país de dimensões continentais e marcada heterogeneidade étnico-racial e socioeconômica, pode nortear as prioridades no planejamento de políticas públicas”, afirma a pesquisadora.

Como se trata de um acompanhamento de longo prazo, não existe previsão para o término da pesquisa. “Existem investigações desse tipo em outros países que tiveram início na década de 40 e que estão, no momento, investigando questões de interesse científico entre os netos do primeiro grupo de voluntários. Esse tipo de estudo é de grande importância na epidemiologia”, explica Dora. Os voluntários serão avaliados a cada três anos. Após a primeira etapa de coleta de dados, será possível conhecer novas ocorrências, a incidência das condições ou doenças, o ganho de peso, incapacidades permanentes e óbitos. A previsão é de que os primeiros resultados sejam divulgados em 2011.