Ciência que não morde

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Por Ivanildo Santos 20 de agosto de 2009

Coleção argentina de livros que buscam desmistificar o conhecimento científico chega ao Brasil 

Quem pensa que ciência é algo complicado e que todo cientista fala de modo incompreensível ainda não conhece a coleção Ciência que ladra, escrita por pesquisadores argentinos e publicada recentemente no Brasil. Os três primeiros livros lançados no país – O mar, O cozinheiro cientista e Matemática… cadê você? – apresentam de forma descontraída uma ciência não que morde e, ao contrário, diverte.


Os três primeiros lançamentos da coleção Ciência que Ladra. 

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Com linguagem simples e acessível, o leitor pode conhecer os mistérios da química, matemática e biologia presentes no seu dia-a-dia. No livro O cozinheiro cientista, os biólogos Diego Golombek e Pablo Schwarzbaum comparam a cozinha a um laboratório onde ocorrem as mais variadas reações químicas, físicas e biológicas.

A partir da história da culinária e de receitas simples, os autores revelam a ciência por trás do cotidiano. Eles explicam, por exemplo, todo o processo químico envolvido no cozimento do pão e por que o chá fica mais claro quando lhe adicionamos limão.

O mar, de Javier Calcagno e Gustavo Lovrich, apresenta a origem dos oceanos, sua biodiversidade, suas propriedades físicas e químicas e o mecanismo das marés. O livro mostra até por que o oceano às vezes parece azul e outras, verde. Além disso, o leitor encontrará a história das grandes expedições que deram início ao conhecimento do homem sobre o mar.

Em Matemática… cadê você?, o jornalista e doutor em matemática Adrián Paenza mostra que os números estão em toda parte. Ele mergulha de cabeça no universo matemático e traz para o leitor diversas curiosidades e problemas de lógica. Entre os temas abordados, o livro trata dos números primos e de diferentes tipos de infinito e desvenda os segredos do mundo das apostas e das probabilidades.

Sucesso internacional
A coleção Ciência que ladra já é sucesso desde 2004 em outros países da América Latina e tem livros publicados na Espanha, Alemanha, República Tcheca, Itália e Portugal. Na Argentina, a coleção é composta por 38 títulos. A ideia do organizador, Diego Golombek, é divulgar a ciência a partir da visão dos próprios cientistas, mas de maneira simples e brincalhona. “Uma das premissas é que os livros possam ser lidos quase como uma obra de ficção”, explica ele à CH On-line.

O lançamento de novos títulos da série no Brasil ainda não tem data prevista. A editora acredita que, se a resposta do mercado for positiva, serão publicados mais três livros no segundo semestre de 2010. “Por acharmos que há uma lacuna desse tipo de livros para a juventude no Brasil, resolvemos arriscar com essa coleção, que traz resultados mais práticos nessa abordagem da ciência pouco explorada”, diz Andréia Amaral, gerente editorial da Civilização Brasileira, que lançou as obras no país.

Para o organizador da coleção argentina, a chegada dos livros ao Brasil representa um passo importante na divulgação da ciência. “Participar da divulgação científica no Brasil é quase um luxo”, diz Golombek. “Ao mesmo tempo, acreditamos que a nossa coleção tem alguns aspectos muito originais que devem ser compartilhados, principalmente com nossos companheiros de aventuras científicas, nossos vizinhos. Esperamos poder ladrar juntos e muito forte!”